Fotos: Marcello Fim / Folhapress
A banda britânica Bush viveu um grande momento entre 1994 e 1999, quando surgiu como uma das inúmeras alternativas para o baqueado grunge, já desfalcado do Nirvana. Os discos Sixteen Stone (1994), Razorblade Suitcase (1996) e The Science of Things (1999) renderam hits em sequência e topo nas paradas norte-americanas.
Na última quinta-feira (14), o Bush fez o público paulistano mergulhar de cabeça nos anos 1990, no Credicard Hall. Depois de 22 anos sem tocar por aqui, Gavin Rossdale mostrou que pouca coisa mudou.
Do repertório ao visual, da disposição no palco ao lado comunicativo com o público. O roqueiro, por sinal, fala muito. Atende pedido de fãs, brinca, é nostálgico, comenta a caipirinha. E por aí vai.
Machinehead e The Chemicals Between Us logo no início da apresentação, em sequência, foram suficientes para Rossdale carregar o público ao seu lado até o término do show.
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No palco, a banda tem só mais um integrante da formação original, o baterista Robin Goodridge. Chris Traynor (guitarra) e Corey Britz (baixo) entraram em 2010, quando o grupo voltou de um hiato de quase dez anos.
A fase de estúdio com esses integrantes mais novos é lembrada em três momentos. Com uma faixa de cada um dos registros: The Sea of Memories (2011), Man on the Run (2014) e Black and White Rainbows (2017). Óbvio que nenhuma delas empolgou tanto como as canções do auge.
Swallowed, Little Things, Come Together (Beatles), Glycerine e Comedown, na reta final, provaram que Rossdale sabe muito bem armar um repertório para os fãs mais saudosistas. Não deu margem para reclamações. Misturou os sons mais recentes no meio da apresentação com faixas conhecidas dos discos noventistas, mas que não tinham tanto apelo comercial.
Curioso notar que toda vez que ia na direção dos fãs, Rossdale arrastava dois, três seguranças que iam atrás para garantir a integridade dele. Em uma dessas escapadas, o músico conseguiu ser mais rápido e invadiu a pista. Ficou lá por muito tempo.
No fim das contas, mesmo que tenha sido um show nostálgico, calcado nos anos 1990, o Bush conseguiu ser revigorado, pesado e interessante. Surpreendeu positivamente.