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Em sua segunda passagem pelo Brasil, Dropkick Murphys promove noitada insana na Capital

Bastou subir ao palco do Tropical Butantã, em São Paulo, no último sábado (28), que o Dropkick Murphys já mostrou que faria um dos melhores shows da temporada. A energia imposta em The Lonesome Boatman, faixa que abre o último disco dos americanos, 11 Short Stories of Pain & Glory, lançado no início deste ano, simplesmente deixou toda a segurança da casa em estado de atenção.

Invasões do público à pista premium e muito mosh pit pareciam impulsionar mais ainda os integrantes do Dropkick Murphys. Prova disso veio na sequência com The Boys Are Back. E não tinha porque aliviar mesmo. Essa foi apenas a segunda passagem da banda pelo Brasil (primeira foi em 2014) em pouco mais de 20 anos de estrada.

Al Barr, vocalista do Dropkick, já foi para a galera logo no início da apresentação. Entoou as primeiras canções nos braços do público. Ken Casey, único integrante remanescente da primeira formação, segura a bronca no palco com seus parceiros.

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E sem tirar o pé do acelerador, o Dropkick Murphys seguiu enfileirando seus petardos, como Rebels with a Cause e The Warrior’s Code. No meio de suas canções, a banda de Boston  também manteve intacta uma de suas características, a inclusão de vários covers de nomes que os influenciaram. A primeira foi I Fought the Law, do The Crickets, mas que certamente chegou aos ouvidos dos caras pelo The Clash.

A segunda inclusão, que nem foi listada no setlist, foi a bela You Can’t Put Your Arms Around Memory, de Johnny Thunders. Essa, por sinal, entrou de forma improvisada para dar uma trégua na loucura que estava a pista comum. Um fã caiu de cabeça no ferro da grade que separava as pistas comum e premium. Bastante ensaguentado e desacordado, o ferido deixou a plateia em pânico e muitos fãs passaram a pedir para a banda interromper o show. Enquanto o atendimento era realizado, Al Barr e Ken Casey mandaram essa bela versão.

Recuperado do susto, Al Barr perguntou se poderia seguir com a apresentação e recebeu o sinal positivo da plateia, enquanto o ferido deixava a pista, lavado de sangue e caminhando com um apoio médico. Nesse momento, Casey pediu para os fãs ficarem um pouco menos louco. O recado serviu para as duas músicas seguintes, mas depois não teve mais jeito. A loucura deles voltou a ficar ainda maior, mas sem feridos.

O debute do Dropkick, Do or Die (1998), apareceu no repertório em forma de medley, com as faixas Barroom Hero, Do or Die, Never Alone e Boys on the Docks. Essa foi a forma encontrada por Al Barr para fazer algo que não se sente à vontade, cantar as canções do único disco que ele não gravou. “Na época eu não estava na banda, e muitas das músicas não foram adaptadas com a minha voz ao longo dos anos. A banda também tinha uma forma de pensar e que hoje temos uma mentalidade um pouco diferente”, adiantou em entrevista ao Blog n’Roll.

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Dos chamados clássicos do Dropkick Murphys, Rose Tattoo, I’m Shipping Up to Boston e The State of Massachusets foram alguns dos mais festejados.

E sempre que ocorria um intervalo um pouco maior entre as músicas, o público entoava o grito “let’s go, Murphys”, tal como as torcidas de beisebol e basquete fazem nos Estados Unidos. Foi após um coro desse da plateia que veio uma das regravações mais esperadas da noite, You’ll Never Walk Alone, originária dos músicos Rodgers and Hammerstein, mas que ganhou fama com vários nomes da música britânica, norte-americana, além da torcida do Liverpool.

You’ll Never Walk Alone retrata bem a mensagem que a banda quis passar com o novo disco, 11 Short Stories of Pain & Glory. “Como disse, quisemos passar uma mensagem de conforto para quem foi afetado com os ataques (terroristas), e You’ll Never Walk Alone tem as palavras perfeitas para isso. Sabemos que ela é utilizada como canto de torcida, mas quisemos deixar uma mensagem de que aquelas pessoas nunca estarão sozinhas”, comentou Al Barr na mesma entrevista.

11 Short Stories of Pain & Glory, por sinal, foi o disco mais representativo no repertório de sábado. Foram sete faixas executadas pelos caras, que mostram um amadurecimento grande na comparação com os últimos trabalhos. Além de The Lonesome Boatman e You’ll Never Walk Alone, a banda ainda mandou: Blood, First Class Loser, Paying My Way, Rebels with a Cause e Until the Next Time. A última, inclusive, com direito a uma grande invasão do público ao palco. Nesse caso, algo autorizado e bastante comum nos shows do Dropkick.

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Com o público mais preocupado em fazer selfies com a banda no palco, o Dropkick ainda emendou mais uma cover antes de fechar o show: Halloween, dos Misfits. Final apoteótico para um show onde público e banda estavam em uma sintonia de insanidade extremamente igual. 

Set list do Dropkick Murphys
The Lonesome Boatman
The Boys Are Back
I Had a Hat (traditional cover)
Rebels with a Cause
Sunshine Highway
The Warrior’s Code
Johnny, I Hardly Knew Ya
Blood
Prisoner’s Song
I Fought the Law (The Crickets cover)
Paying My Way
Famous for Nothing
First Class Loser
Citizen C.I.A.
God Willing
Barroom Hero / Do or Die / Never Alone / Boys on the Docks
You’ll Never Walk Alone (Rodgers & Hammerstein cover)
Out of Our Heads
In the Streets of Boston
Rose Tattoo
Going Out In Style
I’m Shipping Up to Boston

Bis:
If the Kids Are United (Sham 69 cover)
The State of Massachusetts
Until the Next Time
Halloween (Misfits cover)

Booze & Glory abriu a noite

Pouco mais de um ano após sua estreia no Brasil, os ingleses do Booze & Glory retornaram a São Paulo com muitas novidades na bagagem. Mais da metade do repertório foi composto por faixas do disco Chapter IV, lançado no primeiro semestre deste ano. Além disso, o espanhol Chema assumiu o baixo de Bubbles, que deixou a banda e se mudou para a Austrália.

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Com Question Mark e Liam The Lion dividindo as guitarras e vocais, o Booze & Glory tratou de apresentar um pouco do Chapter IV logo de cara, abrindo o show com Days, Months & Years, quando a casa ainda não estava lotada. A apresentação demorou um pouco para empolgar, mas quando pegou ritmo, ninguém ficou parado.

Carry On, Last Journey, The Time Is Now e Violence and Fear, todas do Chapter IV, foram bem festejadas pelo público, que pogava freneticamente na pista.

Torcedores fanáticos do West Ham, equipe de futebol de Londres, os integrantes do Booze & Glory encerraram a apresentação com dois dos seus principais sons, London Skinhead Crew e Only Fools Get Caught. É preciso ressaltar que o tempo destinado para os ingleses foi bem generoso, uma hora de duração. Quem foi acompanhar a banda, não se arrependeu.

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