O festival Aurora Sounds trouxe boa parte dos nomes do cenário indie e alternativo para a cidade de Santos no último sábado, 4 de outubro, no Arena Club. Antes, o evento passou por São José dos Campos, no Palácio Sunset, dia 03 de agosto.
O line-up esteve centrado em cinco bandas que já vinham gerando movimento nas redes e nas rádios independentes: Hibalta, banda da casa, O Grilo, Jovem Dionísio, Supercombo e Terno Rei. Cada uma entregou seu repertório com personalidade, e, apesar de ser um festival, o público saiu com a sensação que os shows foram com apresentações bem completas e estruturadas.
Em entrevista ao Blog N’ Roll, os headliners do Aurora Sounds Supercombo, Jovem Dionísio e Terno Rei falaram sobre a carreira e os planos para o futuro.
Jovem Dionísio

Vi que vocês vão lançar um novo álbum e já tem um single rolando. Qual é a expectativa para os fãs com esse trabalho?
Bernardo Pasquali – Então, esse último single que a gente lançou ainda não faz parte do disco, na verdade. Ele dá uma ideia do que a gente está fazendo, mas o disco mesmo a gente começou a trabalhar de verdade no mês passado. Então, ele tem um som mais próprio, diferente desse single.
Eu acho que são as melhores músicas que a gente já fez até agora. Mesmo nessa fase inicial do processo, já dá pra ver que vai ser muito bom, sabe? Não sei dizer exatamente o que ele remete
Bernardo Hey – Acho que gente está curtindo o momento. O que a gente está gostando agora é o que está guiando o som. O tempo vai passando, a gente vai mudando o que ouve, o que quer experimentar. Então, do primeiro pro segundo e agora pro terceiro disco, parece que teve uma mudança maior mesmo.
E vocês acabaram estourando nas redes sociais, especialmente com o TikTok. Qual foi o grande desafio de sair desse estigma de “a banda que viralizou com um refrão” para se firmar como um nome de peso em festivais e grandes eventos?
Bernardo Pasquali – Cara, acho que a gente simplesmente seguiu fazendo o que sabe fazer, que é música. Todos esses acontecimentos no TikTok e no Instagram foram coisas que aconteceram de forma orgânica. A música que usaram era nossa, mas nenhum movimento foi criado por nós. Então, a gente se manteve focado no nosso trabalho, no ofício de criar música.
A banda começou com esse princípio, e quando tudo isso aconteceu, a gente colocou a cabeça no lugar e pensou: “vamos seguir fazendo mais música pra frente”.
Supercombo

O primeiro show da turnê “Caranguejo” aconteceu aqui. Acabei de ver o show, mas que spoilers vocês podem dar para o público que vai acompanhar o restante da turnê pelo Brasil?
Leo Ramos – Olha, primeiro que vai ter mais música do disco novo ao vivo em relação a esse show. Segundo que a gente está montando umas coisas a mais para ter nos outros shows, porque esse foi um show meio que de festival. Então é o show da turnê nova, porém um pouquinho menor. O nosso show mesmo, que são só nossos shows, que não é dentro de festival, é um pouquinho maior. Eu estou falando muita doideira porque estou depois do show. Famoso louco de show. Famoso louco de show, é isso. Mas é isso, não sei se deu pra entender.
Vocês tocaram hoje músicas muito pessoais para você, como “Alento” (feito para a filha) e “Testa” (homenagem póstuma à mãe). Como foi a recepção do público e o sentimento de ver a galera cantando essas faixas ao vivo?
Leo Ramos – Cara, foi emocionante demais, eu não sei nem como é que eu consegui terminar a música ali. Principalmente Testa, foi bem emocionante sim. Mas cara, foi muito massa e gratificante ver a galera cantando essa música especialmente para mim.
Terno Rei
São 15 anos de banda, mas os últimos anos de vocês foram intensos: Lollapalooza, abertura para o Smashing Pumpkins, participações com Lô Borges e Samuel Rosa. Qual foi o momento mais marcante desse período pra vocês?
Ale Sater – Ah, eu acho que o lance de tocar no Lolla duas vezes foi muito legal, porque os dois shows deram muito certo. Mas eu também diria que, quando a gente fez a session com o Samuel Rosa, naquele momento da pandemia, foi algo muito especial. A gente estava muito restrito, sem fazer nada por um bom tempo, então foi um momento que deu um gás, de conhecer ele, fazer uma entrevista e gravar junto. Foi irado, cara, um dos momentos mais legais da história da banda acho que foi essa session com o Samuel Rosa.
Vocês têm uma forte referência anos 80, e o Brasil sempre teve uma cena marcante com bandas como Legião Urbana e Capital Inicial, que exploraram o pós-punk. Como é pra vocês encabeçarem hoje esse cenário de rock alternativo brasileiro?
Bruno Paschoal – Pô, eu nunca tinha parado pra pensar nisso, mas agora que você falou, eu senti uma pressão. Mas eu fico feliz de ver o reconhecimento da galera, esse respeito e o reconhecimento do trabalho duro que a gente faz. A gente dá a vida por isso há mais de 15 anos, então é muito satisfatório chegar nesse lugar, saber que as pessoas estão ouvindo, prestando atenção e querendo falar com a gente. Tudo isso é super gratificante. Esperamos continuar por muitos anos ainda, se Deus quiser, nessa toada.
E aproveitando a deixa, depois do novo álbum, já tem uma próxima parada?
Greg Maya – Próxima parada é minha cama (risos).