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Francisco El Hombre coloca público para dançar; Mahmundi protesta; Sofi Tukker encanta

Fotos: Diego Padilha, Camila Cara e Helena Yoshioka / Divulgação / Lollapalooza

Para alguns pode parecer exagero ou mesmo uma moda, mas quem acompanhou o Lollapalooza de perto sabe que as homenagens à ex-vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada no início do mês, faziam total sentido. O lineup do Lollapalooza foi anunciado no ano passado, mas justo nesta edição as mulheres e artistas negros nunca estiveram tão bem representados. Então se os discursos e homenagens soaram repetitivos, tudo tem a ver com o momento.

A primeira banda a subir no palco Onix, ontem, foi a Francisco El Hombre, que mandou um set bem dançante, mas com algumas pitadas de emoção. Em Triste, Louca ou Má, do álbum Soltasbruxa, de 2016, a banda recebeu Maria Gadú e Liniker para cantar em memória de Marielle.

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Para levantar o astral debaixo do forte sol, o grupo encerrou a apresentação com Tá com Dólar, Tá com Deus, que tem um refrão divertido: “O dólar vale mais que eu, eita, f#%@, vale mais que eu”. Durante a canção, o grupo ainda incluiu um trecho de O Meu Sangue Ferve por Você, de Sidney Magal.

Antes de deixar o palco, os integrantes dedicaram o show ao produtor Miranda, que faleceu na última quinta-feira. “Obrigado por tudo que nos ensinou”.

Mahmundi

Na sequência, no palco Axe, vizinho ao Onix, foi a vez da cantora Mahmundi. Como no mesmo momento acontecia o show da Braza, no palco Budweiser, o público de Francisco, El Hombre se dividiu.

Para acompanhar a carioca Mahmundi, os mais apaixonados tomaram a frente do palco. Desaguar, do seu disco homônimo, lançado em 2016, abriu o show. Outro dia li um texto no qual a cantora era chamada de Marina Lima dos Hipsters. Bela definição. É bem isso mesmo.

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E Marielle voltou a ser destaque aqui também. Vejam se não faz sentido: Mahmundi é mulher, carioca, negra e gay. Será exagero prestar o tributo? Óbvio que não. Ela chamou um roadie para pendurar uma camiseta no pedestal. Nela, os dizeres: Lute como uma Marielle”. A imagem ficou assim até o fim, enquanto ela discursou algumas vezes sobre a importância de manter o assunto vivo.

“Vocês têm noção de quantas pessoas morrem por dia só por serem negras ou gays? Vamos mudar isso. A revolução não é no Facebook, galerinha”.

Quando notou um certo deboche de uma pessoa na plateia, retrucou: “Isso não é brincadeira. Respeita essa porra, cara”. Foi a deixa para fazer um cover de Olhos Coloridos, de Sandra de Sá.

Entre os destaques do set autoral, vale ressaltar Eterno Verão, Leve e Imagem, que fechou o repertório.

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Sofi Tukker

Quem fechou a programação pré-almoço de ontem foi a dupla nova-iorquina Sofi Tukker, formada por Sophie Hawley-Weld e Tucker Halpern. Logo no início do show, Sofi mostrou sua simpatia ao declarar que iria conversar com o público sempre em português. “Não sou brasileira, mas minha alma é”.

Poderia até parecer uma coisa forçada, como vários artistas fazem por aqui, mas Sofi estava falando sério. Cantou uma música nova, toda em português, chamada Energia, na qual dedicou para Pabllo Vittar. “Eu fiz com ela, mas infelizmente ela não está aqui hoje”.

Em sequência vieram Awow, na qual a cantora convidou duas pessoas da plateia para dançar freneticamente no palco, além de Johny, canção presente no jogo Fifa 17, que é uma adaptação de um poema de Paulo Leminski.

Sofi estava tão empolgada e feliz com a receptividade dos fãs que pulou na pista e repetiu o ato do vocalista do Imagine Dragons, que correu em direção aos fãs na noite de sábado (24).

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