Foram quase dois anos de espera desde a “nossa descoberta” do Hinds, mas as espanholas, enfim, chegaram ao Brasil. Direto de Madri, Carlotta Cosials, Ana Perrote, Ade Martin e Amber Grimbergen fizeram o primeiro show delas no País, na noite dessa sexta-feira (20), na Comedoria do Sesc Pompéia, em São Paulo.
Com a casa bem cheia, o quarteto subiu ao palco com energia, muito à vontade, dançando e interagindo bastante com o público. Entre as músicas, as duas vocalistas, Carlotta e Ana, arriscavam um pouco de portunhol e inglês para elogiar São Paulo, falar dos passeios que haviam feito pela Cidade, exaltar a Espanha e mostrar que aprenderam algumas expressões como celoko (algo como você é louco), que arrancou risos dos fãs.
Com apenas um disco cheio lançado até aqui, Leave Me Alone, de 2016, as meninas do Hinds brincaram com o fato do repertório não ser extenso. Enquanto alguns fãs pediam insistentemente por mais um bis, Ana respondia que elas só tinham um trabalho de estúdio. A mesma brincadeira foi feita na hora de apresentar um som inédito.
Apesar de não ser um admirador de festival e concursos de bandas, é necessário reconhecer o acerto do concurso Converse Make Noise Malasaña, de 2014, que elegeu o Deers como o grande nome daquela temporada. A partir dessa vitória, Carlotta e Ana, que formavam esse duo, convocaram mais duas meninas e mudaram o nome para Hinds, por conta de outra banda com o mesmo nome no Canadá.
Na sequência, as principais revistas e sites especializados em música passaram a apontar as espanholas como uma das gratas surpresas em listas de 2015 e 2016. Turnês pelos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania se sucederam. Leave Me Alone, o disco de estreia, colocou as meninas em evidência, com participação em vários festivais de verão do hemisfério norte.
E cá estamos, mesmo sem tanto apelo comercial no Brasil, a Hinds conseguiu mobilizar uma pequena base de fãs. No Sesc Pompéia, por exemplo, muitas mulheres cantaram de forma eufórica faixas como Garden, Fat Calmed Kiddos, Bamboo, Castigadas en el granero e a badalada Chili Town.
Extremamente simples, as integrantes distribuíram autógrafos e posaram para várias selfies logo após o término do show. A sensação que passava era de um encontro entre amigos (confira o vídeo abaixo). Clima ótimo para a bagunça deliciosa promovida pela banda, que carrega uma sonoridade fortemente influenciada pelo garage rock dos anos 1960 com indie pop rock do início da década 2000.
No sábado (21), um dia após o show no Sesc Pompéia, as meninas ainda tocaram no festival pernambucano No Ar Coquetel Molotov, em Recife.
Fotos: Carol Vidal / Sesc Pompéia
