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Crédito: Leandro Godoi / Audio / Instagram

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Interpol transforma Audio em Mercury Lounge por duas noites com set focado em discos clássicos

Foram quase 13 anos até o Interpol retornar ao Brasil para uma apresentação fora de festivais e em um local fechado. A última havia sido na Clash Club, em 2011, após tocar no extinto Planeta Terra. O retorno triunfal veio com a atual turnê, que celebra os discos Turn On The Bright Lights (2002) e Antics (2004), os dois primeiros da discografia, em uma jornada dupla na Audio Club, uma das melhores casas de shows do Brasil.

Na noite de sexta-feira (7), primeira data na Audio, Paul Banks e Daniel Kessler, acompanhados de Chris Broome (substituindo Sam Fogarino na bateria, que se recupera de uma cirurgia), Brandon Curtia (teclados) e Brad Truax (baixo), mostraram o motivo desse show ser tão especial. Em um ambiente fechado, a experiência é muito melhor, funciona como um mergulho no início da década 2000, como se estivesse no Mercury Lounge ou Bowery, em New York.

A iluminação bem baixa, entre sombras e luzes vermelhas ou intercalando azul com amarelo, ajuda muito no clima nostálgico. No palco, o Interpol entregou um set incrível, contemplando quase na íntegra os dois primeiros discos da carreira. Não tem espaço para conversa furada ou média com os fãs, o Interpol se garante mesmo é na qualidade sonora. E o público responde com uma empolgação que não tem igual lá no hemisfério norte.

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Crédito: Leandro Godoi / Audio / Instagram

A primeira etapa do show foi toda em cima do Turn On The Bright Lights, mas com a adição de um b-side logo na abertura. Specialist, gravada na mesma época do disco de estreia, é a grande surpresa do set, mas não empolga tanto quanto o restante do set.

Na sequência, o Interpol coloca um shuffle em cima da tracklist do álbum e consegue empolgar os fãs mesmo em baladas com letras dramáticas. A energia brasileira é realmente diferente, dá um toque especial para a frieza dos integrantes.

Obstacle 1, Stella Was a Diver and She Was Always Down, NYC e Say Hello to the Angels foram algumas das faixas que mais mexeram com as emoções dos fãs.

Em uma das poucas falas ao longo de 1h40 de show, Banks avisou que terminando o set de Turn On The Bright Lights, a banda faria uma pequena pausa antes de iniciar o repertório de Antics.

Aliás, do Turn On The Bright Lights, apenas Obstacle 2 e The New foram deixadas de lado. Untitled, que abre o debut, entra no fim, como bis após o término de Antics.

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Apesar dos momentos de efusão do público, a etapa Turn On The Bright Lights do show é mais melancólica, teatral, mas em uma atmosfera grandiosa, ainda mais na sinergia com os fãs.

Crédito: Leandro Godoi / Audio / Instagram

Não à toa destaquei no início do texto a experiência diferenciada de assistir ao Interpol em um local fechado. Tentei isso em 2022, quando eles fizeram uma pequena sequência no Roundhouse, em Londres, mas justo na minha data, o show foi cancelado. Eram tempos de pós-pandemia e isso ocasionava em alguns adiamentos em cima da hora.

Na Audio, a oportunidade de ouro veio. O impacto visceral do Interpol funciona muito bem com seus riffs serrilhados e uma percussão amorfa.

Antics

Com quatro hits, Antics foi tocado na íntegra e na sequência original. Dessa forma, o público passou a cantarolar do início ao fim em uníssono. A perfeição como as músicas são executadas é impressionante.

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Slow Hands, Evil, C’mere e Narc foram os pontos altos, mas não os únicos. A Time To Be So Small também encantou o público.

Quando lançado em 2004, o Antics veio sob dúvidas: será que o Interpol poderia superar algo tão grandioso e festejado como Turn On The Bright Lights? É muito comum cair em armadilhas no segundo lançamento, mas não foi o caso do Interpol, que conseguiu jogar bem mesmo com a régua lá em cima.

O show em São Paulo, com essa sequência dos dois álbuns, comprova isso. Não existe um momento de baixa na euforia do público, muito menos na qualidade das canções. Diferentemente dos contemporâneos e conterrâneos do The Strokes, as músicas do Interpol ganham ainda mais vida ao vivo.

Essa tour, certamente, foi um dos maiores acertos na agenda de shows no Brasil em 2024. A Move Concerts acertou em cheio na escolha. O retorno do público nas duas datas de São Paulo e também no Rio de Janeiro, que não anda bem das pernas nesse cenário, confirmam isso. Que retornem mais vezes fora de festivais!

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