Celebrando os 20 anos de seu álbum de estreia, Hopes and Fears, a banda inglesa Keane demonstrou no palco do Espaço Unimed, em São Paulo, na noite de sábado (9), que o tempo realmente traz legitimidade.
Se em 2004, alguns críticos torceram o nariz para a banda por considerar o disco apenas uma cópia do Coldplay, hoje, 20 anos depois, a situação é diferente. Mesmo que ainda não encha um estádio no Brasil, o Keane conta com uma base de fãs fortíssima, que esgotou rapidamente os ingressos para essa apresentação na Capital.
No palco, Tom Chaplin vive um momento especial. Desde que retornou ao Keane em 2018, após cinco anos de hiato e enfrentamento contra o vício em cocaína, o vocalista só evolui. Aparenta estar mais saudável, voz impecável e extremamente comunicativo com os fãs.
Em certo ponto do show, Tom Chaplin se desculpou por não falar português mesmo após seis visitas ao país. “Se eu falar em inglês, alguns de vocês vão entender. Se eu falar em português, ninguém vai entender”, disse, arrancando risos dos fãs.
Tim Rice-Oxley, o tecladista e cabeça por trás de quase todas as composições da banda, também garante uma potência maior para a apresentação. Aliás, ele é quem garante as condições sonoras para Tom Chaplin brilhar na linha de frente.
Hopes and Fears domina set
Hopes and Fears, que reúne os megahits Somewhere Only We Know e Everybody’s Changing, foi tocado na íntegra, mas completamente fora da ordem.
Em 2006, a British Hit Singles & Albums e a conceituada NME organizaram uma enquete na qual 40 mil pessoas em todo o mundo votaram nos 100 melhores álbuns de todos os tempos, e Hopes and Fears foi colocado na posição 51 da lista.
Mas no repertório de quase 2h15 de duração também teve espaço para relembrar outros momentos da carreira, com seis músicas do Under The Iron Sea, quatro do Strangeland, além de duas do Perfect Symmetry e uma do Cause and Effect.
Surpresas no bis do Keane
No bis, duas surpresas: a primeira foi Disconnected, que abriu o último show em São Paulo em 2019, mas não está no set fixo. A faixa foi incluída após pedidos dos fãs na plateia.
Logo depois, Tom Chaplin propôs um acordo com os fãs no qual acertou que tocaria mais duas músicas. A primeira foi uma releitura de Under Pressure, do Queen e David Bowie, que caiu super bem no set.
Bedshaped, assim como acontece em grande parte da turnê comemorativa de 20 anos do Hopes and Fears, fechou a apresentação.
Por fim, antes de deixar o palco, Tom Chaplin garantiu que não vai demorar para retornar ao Brasil e quer fazer isso com músicas novas no repertório. Vamos aguardar!