A história dos grandes shows internacionais no Brasil se confunde com as visitas do Kiss ao País, que frequenta nossas terras desde 1983. Agora, 39 anos depois da estreia no Brasil, o Kiss se despediu dos fãs de São Paulo. E o bota fora foi em grande estilo, no Allianz Parque lotado! Penúltima parada nacional da End of The Road Tour, São Paulo viveu uma noite especial neste sábado (30).
Se em 1983 Creatures of the Night foi o material mais recente na bagagem, dessa vez o Kiss fez um verdadeiro tributo para si mesmo. Destacou Destroyer, o álbum homônimo (1974) e o próprio Creatures of the Night, mas sem esquecer de um grande passeio por quase todos os álbuns.
Quem tem acompanhado os últimos shows dessa turnê de despedida do Kiss notou que não há espaço para surpresas. Mas elas não são o ponto alto há tempos. Quem vai assistir ao Kiss, quer ver essa incrível máquina divertida e dançante.
O início com Detroit Rock City já mostrou que os bons velhinhos não queriam perder tempo para esquentar o público. Aliás, eles são a banda mais quente do mundo, certo?
E antes dos efeitos e pirotecnia, mais sucessos foram distribuídos para os fãs: Shout It Out Loud, Deuce, War Machine e Heaven’s on Fire.
Logo depois, Gene Simmons cospe fogo para emendar a clássica I Love It Loud, cantada a plenos pulmões pelos fãs. Aliás, essa canção foi uma das mais tocadas nas rádios na época do primeiro show por aqui.
Say Yeah e Cold Gin deram um descanso para os fãs que não são tão fervorosos, além de abrirem espaço para o primeiro solo cheio de efeitos da noite, com o guitarrista Tommy Thayer.
Lick It Up e Calling Dr. Love, logo na sequência, relembraram o Kiss mais sexy, cheio de caras e bocas para o público. A dobradinha funcionou demais para quem estava se acabando na pista. E um grilo no microfone de Paul acabou roubando a cena rapidamente, arrancando risos dos fãs.
Tears Are Falling, da época quase esquecida do Kiss sem máscara, antecedeu Psycho Circus, que ficou marcada por uma das vezes em que a banda esteve no Brasil, nos anos 1990.
Posteriormente, mais uma sequência de solos. Agora na bateria e no baixo, ambos acompanhados de números divertidos, palco alçado ao topo e repletos de efeitos cenográficos, como o sangue de mentirinha do linguarudo. O solo de baixo, inclusive, é o que abre espaço para Gene Simmons cantar God of Thunder.
Hora de inverter os papéis e Paul Stanley assume os vocais. Nesse momento, uma forte chuva desabou sobre o Allianz Parque, mas nada que assustasse esse tiozinho de 70 anos, que mesmo assim voou com a tirolesa até um palco secundário, próximo à pista comum, onde puxou Love Gun.
O passeio de Stanley até o meio do gramado também rendeu I Was Made for Lovin’ You, que empolgou demais os fãs.
A reta final, antes do bis, ainda teve Black Diamond com Eric Singer fazendo o papel de Peter Criss, cantor original deste clássico.
O intervalo do bis foi muito rápido, não deu nem tempo do público gritar pela banda. Enquanto os outros integrantes permaneciam fora de cena, Eric Singer retorna no piano para cantar Beth, com direito a muitos celulares ligados para garantir o clima mais romântico na arena.
Do You Love Me, fechando o top 5 de Destroyer, teve a adição de balões pretos e brancos estilizados do Kiss, que caíram em cima do público.
O clima festivo teve seu gran finale com o maior hit de todos: Rock and Roll All Nite. Chuva de papéis picados, explosões, cheiro de pólvora e pista queimando de tão quente garantiram uma despedida de encher os olhos.
Por fim, vale destacar que os dois líderes da banda, Gene Simmons e Paul Stanley, de 72 e 70 anos, respectivamente, não cantam mais como em outros tempos. Mas a alegria e a emoção de estarem no palco permanecem intactas.
Repertório
Detroit Rock City
Shout It Out Loud
Deuce
War Machine
Heaven’s on Fire
I Love It Loud
Say Yeah
Cold Gin
Guitar Solo
Lick It Up
Calling Dr. Love
Tears Are Falling
Psycho Circus
Drum Solo
100,000 Years
Bass Solo
God of Thunder
Love Gun
I Was Made for Lovin’ You
Black Diamond
BIS
Beth
Do You Love Me
Rock and Roll All Nite