Após 25 anos de carreira, um dos grandes nomes do rock italiano decidiu desbravar o mundo pela primeira vez. Toronto, Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco, Miami, São Paulo, Buenos Aires, Sydney e Melbourne foram as únicas cidades fora da Europa incluídas na turnê Mondovisione, da banda Ligabue. Japão e China podem entrar na rota também.
Na noite de terça-feira, o cantor Luciano Ligabue e banda visitaram o Teatro Bradesco, em São Paulo, que mais parecia uma festa particular da colônia italiana de São Paulo. O local escolhido, ao lado do estádio do Palmeiras, também agradou em cheio o público. Fácil localização e confortável.
Era comum escutar italiano em cada roda de conversa, ver bandeiras do país da bota pendurada e fãs empolgados com a oportunidade de ver a Ligabue de forma tão exclusiva. Praticamente lotado: o Teatro Bradesco tem capacidade para 1,7 mil pessoas apenas.
A demora para visitar o Brasil foi justificada em entrevista exclusiva ao blog Espetacular Música Italiana: “Na verdade nunca pensei em fazer uma turnê mundial. Fazemos muitos shows na Itália, mas ano passado lancei o álbum Mondovisione e acreditamos que seria uma boa oportunidade”, disse Luciano. Ele soltou algumas palavras em português logo no início do show, e desculpou-se por falar só em italiano, mas teve total apoio do público.
Vender a banda para um público desconhecido gera algumas comparações inusitadas, mas todas com uma pontinha de verdade: tem algo de U2 no som, um pouco de Bon Jovi na postura em cena e alguns momentos de Goo Goo Dolls. Mas Ligabue tem sua identidade própria. Não se deixe levar só pelas comparações.
O repertório agradou em cheio. Um belo passeio pela discografia, que já conta com dez álbuns de estúdio e milhões de cópias vendidas. De Buon Compleano Elvis, que completa 20 anos de lançamento em 2015, Ligabue apresentou Ragazzi Sono in Giro, Viva e Certi Notti.
Mondovisione, álbum responsável pela turnê no Brasil, foi representado por algumas canções também, com destaque para Il Muro de Suono, Il Sale della Terra e Con la scusa del rock ‘n’ roll, que finalizou a apresentação paulistana.
É difícil cravar que a Ligabue vai retornar ao Brasil. Seu líder possui diversos projetos paralelos. Além da banda, o vocalista é escritor e diretor de cinema. Junta a forte demanda por shows em sua terra natal e fica difícil falar em retorno. Quem foi ao Teatro Bradesco saiu com a sensação de ter visto algo único e histórico. Gol de placa da empresa Time For Fun, responsável pela vinda da banda.
