Após a porradaria política dos mexicanos do Molotov, o palco Skol recebeu o pós-punk dos nova-iorquinos do Interpol. O tempo nublado acompanhado de chuva montou o cenário perfeito para Paul Banks e companhia apresentarem um repertório especial para os fãs mais antigos. Das 13 canções executadas, cinco foram do álbum de estreia, Turn On The Bright Lights, de 2002.
Mas o público geral, aquele que acompanha um pouco de cada coisa nos festivais, simplesmente não entendeu a banda. Alguns trocaram de palco e outros correram para fazer a conversão de dinheiro para Mangos, o dinheiro oficial do festival.
Nada que tirasse o entusiasmo de Banks e, principalmente, do guitarrista Daniel Kessler, o mais carismático. Ou seria o menos sisudo do grupo. Era nítido que a banda estava feliz com o cenário e clima. Quando divulgaram os horários dos shows, muitos fãs estranharam o fato do Interpol tocar no meio da tarde. Acreditavam que um sol forte não combinaria com o som, que lembra muito Joy Division.
Lançado em 2014, o álbum El Pintor não ficou de fora do repertório. All The Rage Back Home, Anywhere e Everything Is Wrong encaixaram muito bem no set list. Foram cantadas pelos fãs e receberam fortes aplausos. Evil, do álbum Antics, também foi bastante saudada pelos fãs.
O grande momento, no entanto, foi com a trinca mais antiga, com The New, PDA e NYC. Foi com essas faixas que o grupo recebeu a atenção de público e crítica no início da década 2000. A partir dali surgiram convites para abrir turnês do The Cure e U2.
O Interpol pode ser mal compreendido por boa parte do público, mas o seu som não pode ser deixado de lado. Ouça uma vez em casa e dê mais uma chance. Ainda mais se for para um show mais intimista, como o grupo fez em 2011, no Clash Club, em São Paulo.
Fotos: I Hate Flash / Divulgação
