O rock santista viveu um dos dias mais importante de sua história, ontem, na abertura da quarta edição do Lollapalooza Brasil. Duas bandas da Cidade, Zimbra e Bula, abriram, respectivamente, a programação dos palcos Axe e Onix, no evento que ocorre no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
A Zimbra foi a primeira a subir ao palco, às 12h30. Vencedora de um concurso da Rádio 89 FM, a revelação santista não se intimidou no palco e entregou um show de qualidade para o pequeno público, que ainda chegava ao Autódromo.
Figurinha conhecida do público santista que acompanha os shows da produtora Rock Show, a Zimbra mostrou estar pronta para alçar voos maiores. Na última edição do Rock in Rio, a banda ficou no quase em um concurso que daria vaga no line up. Desta vez, venceu e convenceu.
O vocalista Rafael Costa conversou pouco com o público e parecia determinado a aproveitar cada momento conquistado para mostrar o som da Zimbra. O repertório contou com várias canções próprias, além de uma cover de Puro Êxtase, do Barão Vermelho. A escolha agradou e muitos fãs acompanharam na cantoria.
Formada em 2007, a Zimbra conta com Rafael Costa (voz e guitarra), Vitor Fernandes (guitarra), Guilherme Goes (baixo) e Pedro Furtado (bateria) na formação. Atualmente tem o apoio da Zero Treze Produtora, de Samantha Pereira, que cuidava da carreira do Charlie Brown Jr.
O baterista Pedro Furtado se mostrou bem solto no palco. Tocou com a mesma alegria e entusiasmo que os fãs santistas já estão acostumados a ver nas apresentações na Capital Disco e tendas da praia.
A aposta no Zimbra é forte. Rádios, produtores, casas de shows, todos acreditam no potencial do grupo. O show no Lollapalooza pode ser considerado o primeiro grande passo de uma carreira promissora.
Além da Zimbra, teve Bula
Não muito distante do palco da Zimbra, outra banda santista debutava em grandes festivais. A diferença é que o vocalista já possui uma vasta experiência em eventos como esse.
Formada por Marcão Britto (Charlie Brown Jr), Lena Papini (A Banca) e André Ruas, a Bula mostrou que há vida mesmo após tantos momentos complicados, como as mortes de Chorão e Champignon, ex-integrantes do CBJR e amigos dos músicos.
No palco, Marcão assume os vocais e o som não difere muito do que foi feito nas últimas décadas com o Charlie Brown Jr. A influência pode ser sentida em muitas músicas. Apesar disso, nenhuma canção dos tempos de Chorão foi tocada no show.
A ligação de Marcão com o rock em Santos é antiga. O músico integrou a banda de hard rock Last Joker no final dos anos 1980, antes de ficar famoso com o Charlie Brown Jr. A técnica do guitarrista impressiona até hoje músicos e fãs.
A voz, que já foi alvo de críticas na época do lançamento do álbum de estreia da Bula, melhorou. Marcão parece ter aprimorado mais nos ensaios. No público, era possível escutar fãs elogiando e comentando a melhora.
A falta de canções do Charlie Brown Jr no repertório também foi comentada. Algumas pessoas comentavam que o músico poderia ter colocado “uma ou outra” para fechar o set, que teve 45 minutos de duração.