“Nunca imaginei que o meu sarcasmo fosse me trazer até aqui. Meus amigos vão rir muito disso”, comentou o vocalista da banda paraense Molho Negro antes de tocar a faixa Mainstream. E o clima das letras e da postura dos integrantes é justamente essa.
Responsável por abrir o Palco Adidas, no primeiro dia do Lollapalooza Brasil, o trio fez um show bom, pesado e cheio de piadas.
O repertório, quase todo focado em Normal (2018), último disco da banda, agradou em cheio. Com um público ainda tímido, o Molho Negro tocou canções como Novo Rosto, Concurso e Souza Cruz, que tem um refrão bem irônico. “E o meu melhor amigo encontrou Jesus, enquanto eu sigo dando lucro pra Souza Cruz”.
Black Rebel Marambaia Club, que veio na sequência, foi dedicada para o pessoal de Belém que estava na pista, acompanhando a banda. Gente Chata, com refrão fácil, também foi acompanhada pelos novos fãs da Molho Negro. “Gente Chata deveria morrer, só assim para eu me livrar de você”.
O set ainda teve tempo para novidade. Contracheque, lançada nesta sexta-feira, foi tocada pela primeira vez ao vivo. Fã do Nirvana veio na sequência, justo no aniversário de 25 anos da morte do Kurt Cobain. E o refrão, sempre inspirado, pergunta quem foi que matou o líder da banda grunge.
Durante Souza Cruz, o vocalista foi para a galera, mas sem antes deixar de apontar sua metralhadora de ironias: “isso é um show de rock num festival supostamente de rock”, disse antes de pedir para os fãs pogarem. Show redondinho, didático, ensinando as letras no telão, apresentando faixa por faixa. E com uma banda bem à vontade no palco. E fora dele também.