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Morrissey emociona fãs com set mais focado na carreira solo

VINICIUS HOLANDA
Fotos: Fernando Pires / The Ultimate Music

Já se vão 30 anos desde o fim do The Smiths, expoente do rock dos anos 1980. Com apenas quatro álbuns oficiais, os ingleses fizeram história. Ao contrário de outros líderes de bandas icônicas, o vocalista Morrisey se recusou a viver de passado. Sempre descartou uma eventual volta do grupo e construiu uma consistente carreira solo, com muitos pontos altos, como comprovou em um show arrebatador, no domingo, em São Paulo.

O britânico trouxe para o Espaço das Américas a turnê de seu último disco, Low in High School (2017), o 11º trabalho. Moz não renega a fase anterior, pelo contrário – abriu a noite com William, It Was Really Nothing, clássico dos Smiths. Quem esperava passar um domingão mais nostálgico, pode ter se decepcionado: das 21 canções, apenas outras duas eram da banda de Manchester: Is It Really So Strange? e How Soon Is Now? – a última, tocada já na reta final do show, causou comoção.

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Alguém falou em alcance vocal? Moz segue com ele em dia

O artista montou um repertório que contemplou boa parte de sua produção pós-Smiths. A primeira a parecer foi a bela Alma Matters. Curiosamente, o último álbum não foi o que mais forneceu músicas para a apresentação (três) – de seu debute, Viva Hate (1988), Morrisey recuperou quatro faixas. Destaque para Dial-a-Cliché que, com uma roupagem totalmente nova, ganhou uma intensidade que não havia na original.

Ponto positivo para a banda de apoio. Capitaneado pelo guitarrista Boz Boorer, que o acompanha desde os tempos de Kill Uncle (o segundo disco), o grupo injeta peso e um ambientação por vezes diferentes do registrado nas gravações. E, para azar dos detratores, Morrisey surpreendeu: ao vivo, mostrou um alcance vocal impecável.

Das pérolas de sua lavra, o inglês apresentou uma versão intensa da dilacerante November Spawned a Monster. Hold On to Your Friends e Jack the Ripper também agradaram bastante. Importante destacar a integração das músicas com as imagens exibidas em um telão – caso de The Bullfighter Dies, com cenas em que o toureiro nem sempre leva a melhor sobre o touro.

Morrissey emocionou os fãs, mesmo deixando de fora muitos hits dos Smiths

Aliás, os vídeos foram um show à parte. Nada de DJs para entreter o público – não por acaso um dos maiores sucessos dos Smiths, Panic, trazia o verso Hang the DJ (enforquem o DJ) repetido à exaustão. Um mix de artistas distintos – que iam de Four Tops a Ramones – aqueceu a plateia por meia-hora.

Falando em homenagens, um dos pontos altos do show foi a cover de Back on the Chain Gang, sucesso do The Pretenders, regravado pelo inglês em single neste ano.

Para encerrar, Morrisey – que arrancou duas camisas e as lançou para a plateia – intercalou dois hits no bis: um antigo, Everyday Is Like Sunday, outro recente, First of the Gang to Die. Se despediu repetindo, várias vezes, que amava os fãs. Depois do que entregou no palco, nem precisava.

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