Texto por: MATHEUS OJEA
O New Model Army tá aí faz muito tempo, são veteranos. Banda formada em 1980, talvez mais conhecida no Brasil pelo cover de The Hunt que o Sepultura fez, eles têm um séquito de fãs bizarro pelo mundo, a “the family”, como se chamam. Domingo (9), no Carioca Club, em São Paulo, tinha gente falando inglês, espanhol, italiano, por aí vai…
De nada serviria se a banda não entregasse nada pra fazer isso valer, mas não é o caso. Em aproximadamente duas horas de show, o New Model Army balanceou faixas de seu disco mais recente, Unbroken, com canções de álbuns clássicos como o Thunder And Consolation ou o The Ghost of Cain.
O destaque da performance fica pro vocalista e guitarrista Justin Sullivan, único membro que se mantém no grupo desde o início. Cantando sempre de olhos arregalados, ele é do tipo que tem presença sem nem tentar muito. Também falou com o público várias vezes, como quando introduziu a música Here Comes the War explicando que, infelizmente, ela continua atual.
Além disso, o grande diferencial da banda, provavelmente o que acabou fazendo eles ultrapassarem a barreira do pós punk para atingir públicos mais diversos, como o pessoal do metal, provavelmente é o trabalho da bateria das músicas. Nesse sentido, o New Model Army está bem representado por Michael Dean, na banda desde o final dos anos 1990 / começo dos 2000, que faz um trabalho impecável e termina o show pingando de suor.
Diz Sullivan que eles voltam em uns dois anos no máximo. Se for verdade, vai ser bom pra quem perdeu dessa vez e também pra quem foi. Nunca é demais.