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O reencontro de CJ Ramone com Santos

Fotos: Isabela Carrari

De 2013 para cá, CJ Ramone já havia visitado Santos duas vezes. No último domingo, o ex-baixista da lendária banda de punk rock retornou, quatro anos após o seu último show por aqui. E nem mesmo a forte chuva foi capaz de afastar os seus fãs da Arena Club.

O repertório solo de CJ está mais robusto se comparado com a última vinda a Santos. À época do segundo show, ele contava com somente um disco, o elogiado Reconquista, que agora aparece mais tímido no set, com apenas duas canções: Low on Ammo e Three Angels. A segunda é uma homenagem aos ex-integrantes do Ramones, Joey, Johnny e Dee Dee, todos falecidos no início da década passada, inspiração que o músico costuma recordar sempre nos shows.

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Para quem tem acompanhado as notícias da turnê do CJ pelo Brasil, havia um temor pelas condições do músico. Na última quarta-feira, ele desmaiou no meio da apresentação, no Teatro Odisseia, no Rio de Janeiro, e o restante do show foi cancelado. A produção alegou que o forte calor na casa foi responsável pela queda de pressão do americano.

E não tem como duvidar diante da maratona enfrentada pelo idealizador do Los Gusanos e Bad Choppers. Nos últimos quatro dias, foram quatro shows: Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Santos.

Mudou alguma coisa na postura do músico? Bom, CJ não tem mais os 31 anos da época do seu último show com os Ramones. Hoje, com 53, ele demonstra um pouco de cansaço para emendar aquela sequência matadora de one, two, three, four do início ao fim do show, característica que manteve junto com os novaiorquinos, entre 1989 e 1996.

Essa mudança, no entanto, não tira nem um pouco o brilho de acompanhar CJ ao vivo. Não bastasse chegar com um turbilhão de hits do Ramones – são 20 ao todo (incluindo as versões que a banda fez ao longo da carreira), o seu repertório solo é de alto nível para os apaixonados por três acordes.

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A atual turnê tem como base o último disco solo, American Beauty, lançado no ano passado. Das 12 faixas, CJ incluiu seis. A própria música que abre o show é Let’s Go, ponto inicial desse registro.

Outro disco lançado nesse intervalo entre os shows em Santos, Last Chance to Dance, também marcou presença no repertório, com outras três faixas: One More Chance, Won’t Stop Swinging, além da música-título do registro.

Por mais que o seu trabalho solo seja reconhecido pelo público, é inegável que boa parte das pessoas está lá para ouvir Ramones. The Crusher, logo na sequência de Let’s Go, serviu para deixar os fãs ainda mais empolgados com o que estava por vir.

Até o fim da apresentação, CJ mandou uma penca de hits do Ramones: Commando, Cretin Family, I Wanna be Your Boyfriend, Judy is a Punk, Rockaway Beach, Psycho Therapy e Sheena is a Punk Rocker. Isto sem falar nas duas faixas que ele já cantava nos tempos da banda: Strength to Endure e My Back Pages, versão de Bob Dylan.

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I Wanna be Sedated e Blitzkrieg Bop foram deixadas para o fim, já no bis. Os gritos de hey, ho, let’s go saíram bem fortes, garantindo um final apoteótico para o show.

Comportamento dos fãs
Diferentemente de outros tempos, o show de punk rock na região perdeu a energia. Não é culpa da banda, obviamente, que é muito jovem e cheia de disposição. É mais pelos fãs mesmo. Boa parte prefere esticar o braço para registrar vídeos das canções nos smartphones, ao invés de simplesmente entrar na mesma energia que os músicos. Não deixa de ser bizarro ver as pessoas fazendo selfie na frente do palco enquanto o show está rolando. Enfim, ainda restam poucos fãs mais dispostos que dançaram bastante.

Para não ficar com o papel de tio velho reclamão, é legal reconhecer a renovação no público. Os mais jovens demonstraram muita emoção, provavelmente por estarem assistindo a um Ramone ao vivo, pela primeira vez. E isso nunca vai deixar de ser bonito de acompanhar.

Está cada dia mais difícil ver um Ramone ao vivo. Com exceção de CJ, sobraram apenas os bateristas Richie, Marky e Elvis, que sequer gravou um disco com a banda.

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