Foto: Nestor J Beremblum / Eleven / Folhapress
Quando o veterano Ozzy Osbourne anunciou no ano passado que iria parar com as turnês mundiais, muita gente fez piada da novidade. Inclusive fãs. O motivo? O ex-vocalista do Black Sabbath já havia feito isso anteriormente, no início dos anos 1990. De lá para cá, veio diversas vezes ao Brasil. Eu mesmo o assisti quatro vezes desde o tal anúncio, se incluirmos o show do último domingo, no Allianz Parque, em São Paulo.
E não teve jeito. Por mais que as vendas não estivessem tão fortes, com direito a várias promoções de ingressos, Ozzy fez o que se espera: deixou o estádio do Palmeiras bem cheio. Deve ter pesado na consciência do público. É inevitável não pensar nas perdas repentinas de grandes ídolos do rock.
Acrescento ainda o seguinte ponto: por que não nos despedirmos várias vezes do nosso ídolo? Somos surpreendidos tantas vezes na vida com as pessoas que nos deixam sem ao menos uma despedida. Que venham mais No More Tours Tour por aqui. E não duvidem disso.
Em recentes entrevistas, Ozzy comentou que o fim das turnês mundiais não significa necessariamente que ele não possa retornar ao Brasil para uma ou outra apresentação.
Por falar no show do último domingo, o Príncipe das Trevas mostrou que nada mudou desde o seu
último show por aqui, no Monsters of Rock, em 2015. Repertório muito semelhante, brincadeiras repetitivas (mostrou a bunda em Suicide Solution) e muita interação com o público.
>> O roqueiro Mário Jorge comentou o ambiente do show em sua coluna
Mas quem assiste ao show do britânico não espera por nada muito diferente disso. Ele não deixa os seus sucessos de fora: Bark at the Moon, Mr Crowley, No More Tears, Road to Nowhere, I Don’t Want to Change the World, Crazy Train, Mama, I’m Coming Home estão no set.
Assim como algumas lembranças nostálgicas do Black Sabbath, como War Pigs, Fairies Wear Boots e Paranoid, que fecha a apresentação.
Repetitivo e divertido
Mesmo que não faça uso de malabarismo ou efeitos especiais, como o Kiss, a sensação de ver Ozzy ao vivo, atualmente com 69 anos, é a mesma de um show da banda norte-americana. Não é algo que esperamos por grandes mudanças. O público quer relembrar os sucessos, cantar junto e se divertir com os pedidos do músico. E é curioso notar que, a cada passagem de Ozzy pelo Brasil, aumenta o número de crianças acompanhadas dos pais na plateia. A renovação, forçada ou não pelos pais, é algo que sempre desperta a atenção.
Ozzy é caricato, já teve o próprio reality show (The Osbournes) e pede coisas simples para os fãs, como gritar: one more song ou one, two, three. Tem como não acompanhar?
Nem mesmo o bis consegue ser diferente entre uma apresentação e outra. Mama I’m Coming Home e Paranoid, dois dos grandes sucessos da carreira solo e do Black Sabbath, respectivamente, são mantidos. Foi assim nas outras apresentações pela América do Sul também.
E se o Ozzy pede one more song no final de todas as apresentações, nós, fãs, podemos pedir one more tour. Pode voltar!!!