LUPA CHARLEAUX / Fotos: Fabio Moura – Sete Sete
Caminhando para se tornar um evento tradicional da cena santista, o Fuzz Fest chegou a quinta edição (quarta em Santos) e foi realizado na última sexta-feira (10) no Moby, em Santos. O evento organizado pelo Garage Fuzz reuniu os fãs de hardcore em uma bela festa. Além dos anfitriões, mais três bandas participaram do festival: Drakula, Bayside Kings e Sugar Kane.
Os mascarados do Drakula foram os primeiros a se apresentar mostrando um surf rock inspirado em histórias de terror. O quarteto de Campinas montou um set misturando canções em português e inglês, sempre bem rápidas. Em alguns momentos era difícil entender o que o vocalista Daniel “ET” (Muzzarelas) cantava.
O público ainda estava chegando, mas pode acompanhar as performances de músicas como Hangman Blues, Bela Lugosi is Back, Massacre a Meia Noite e Medo de Psiquiatra. E ainda sobrou espaço para a cover de Fix Me, do Black Flag.
Dando sequencia aos espetáculos da noite, a Bayside Kings comemorou o lançamento do disco Waves Of Hope. Apesar do público ainda estar tímido na frente do palco nas primeiras músicas, foram eles que colaboraram para uma apresentação enérgica do quinteto no final.
As recentes Carry On, Side By Side e Refuse To Sink se encaixaram muito bem ao setlist da banda. Juntas com canções mais antigas como DIY or Die, Live Dead Inside e Still Strong, elas tornaram a apresentação do grupo bastante impactante. A Bayside Kings ainda homenageou uma das suas principais influências tocando Cyco Vision, do Suicidal Tendencies.
Fazendo sua penúltima apresentação antes de entrar em hiato, o Sugar Kane fez sua despedida dos palcos santistas. E o grupo curitibano montou um setlist realmente para agradar os fãs.
Apostando em antigos hits como Reviver, A Máquina que Sonha e Divinorium, o repertório teve pouco espaço para coisas recentes. Fui Eu e Surtei foram as únicas músicas do disco Ignorância Pluralística. Mas o público se integrou ao show junto com a banda desde o começo.
Com certeza a trinca com Vamos Seguir, Velocidade e Janeiro vai ficar na memória de muitos que estavam no Moby. Com dito por Alexandre Capilé, elas foram dedicadas aos fãs do hardcore melódico.
Apesar de alguns problemas técnicos com o retorno e na guitarra de Capilé em uma das músicas, o Sugar Kane disse um “até logo” já deixando alguns fãs com saudades. As enérgicas performances de A Máquina e Despedida fecharam a apresentação.
Dona da festa, a Garage Fuzz encerrou o festival dominando o público presente. Com mais de 20 anos de estrada, o que não falta são clássicos no seu extenso repertório. House Rules, Dear Cinnamon Tea, A Mutt Running Nowhere, Dying Tring, When All The Things são alguns dos exemplos.
O quinteto santista lançou recentemente em vinil o disco Turn The Page (1999), em comemoração aos seus 15 anos. Boa parte do setlist foi dedicada ao trabalho com músicas como After The Rain, Observant, Shore of Hope, Simply Waiting e Stream. E com tantos sucessos na manga, o vocalista Alexandre “Farofa” não precisava cantar certos trechos, os fãs faziam o serviço.
Celebrando o passado e olhando para futuro, a banda também deu espaço para novas músicas. Trust Me e Poison Idea vão entrar no próximo álbum da banda, que começará a ser gravado nas próximas semanas.
Assim como Sugar Kane, o Garage Fuzz teve alguns problemas com o retorno. Apesar de ter parado entre uma música e outro para tentar corrigir isso, nada tirou o a energia do público e da banda durante a excelente apresentação.
É difícil tentar resumir e explicar uma apresentação do Garage Fuzz em Santos. Essa tarefa fica ainda mais complicada quando ela acontece em um espaço onde a banda e o público estão tão perto como no Moby.
Caindo no cliché futebolista: quando o time joga em casa com o apoio da torcida, os jogadores se sentem motivados. A energia trocada entre a plateia e a quinteto santista é algo de arrepiar. Afinal, todos compartilham o orgulho de uma das maiores bandas de hardcore nacional ser… caiçara.