Não gosto de mensurar o carinho que tenho pelas bandas que conheci ao longo dos anos, principalmente quando crio um certo vínculo de amizade com os integrantes. É como apontar “o melhor amigo”. Porra, cada amigo é um amigo de uma forma especial e diferente certo? Certo.
Mas com o Statues On Fire, não tenho isso. Taco logo o foda-se na imparcialidade e tieto mesmo. Não é à toa, minha primeira entrevista foi com eles, a primeira vez que entrei em um estúdio pra ver um disco ser gravado foi com eles, e recentemente, o primeiro clipe que participei de uma produção foi deles também. Mas isso é assunto pra daqui a pouco, vamos ao que ocasionou tudo isso.
O Statues On Fire havia lançado seu novo disco, No Tomorrow, e antes da banda partir para a Europa, uma festa de lançamento teria de ser feita, e o Hangar 110 era o palco perfeito para isso. Como convidados da festa, Marrero e Letall completariam o arrebento.
Cheguei cedo acompanhado do meu parça Jimmy, o cara que tirou essas fotos que você está vendo aí. Colamos no boteco que sempre esqueço o nome, distribuímos alguns dos novos adesivos do Music Wall e aproveitamos para dar uma socializada. Nessa, acabei conhecendo o Fábio (Site Besouros), cara que acompanho há bastante tempo e me inspira muito nesse trampo de informação DIY.
Rins e fígados devidamente calibrados, bora para dentro. Poucos minutos após colocarmos os pés dentro do Hangar, o Marrero começou sua apresentação. Para ser bem sincero, não conhecia a banda, porém gostei do que vi. Uma mistura de stoner rock, heavy metal setentista, tudo em português, bem original.
Apesar de ser um power trio, o Marrero não conta com baixista. É só batera, guitarra e o vocal, que faz um barulho de uma banda de cinco ou seis integrantes.
O Letall veio logo em seguida. Não tinha visto a banda no palco ainda, mas posso dizer que é um verdadeiro espanco. Gepeto é um frontman genuíno, sempre chama a galera, interage, discursa, e essa energia reflete no restante da banda, que em conjunto, parece que tocam juntos anos e anos.
Depois que o Letall saiu do palco, o nervosismo bateu. O clipe de No Tomorrow já estava nas mãos de Daniel Zapata e aquele holandês doidão do Hangar que não sei o nome. O Tinho (diretor do clipe e COO da Slide Films) começou a ter a ideia do roteiro quando havíamos visitado os caras no estúdio, lá pelo começo do ano.
Ter uma perseguição era algo que não imaginaria ter, e sem querer puxar o saco do meu amigo, mas puxando, ficou bem além do que eu mesmo esperava. Fiquei extremamente emocionado, como nunca fiquei por nada que eu tinha feito na minha vida até então. A galera cantando junto o refrão junto do clipe e as palmas no final foi algo que deixou um nó na garganta.
Enfim, os donos da festa subiram no palco. Já começaram com a paulada que abre o disco, Lay On Others, uma das minhas preferidas. É impressionante como as músicas novas funcionaram mescladas com as faixas do Phoenix. A resposta que o público tem perante o resultado dessa combinação é algo assustador.
O André pode até negar o título, mas ele é um grande hit maker. A prova disso vem com músicas que tem meses de circulação e , mesmo assim, a galera canta do começo ao fim, exemplo de You Shattered, Juliette e Nowhere Is Where I Go.
O clima no palco era de total harmonia. Os quatro pareciam bem à vontade e felizes com o momento, retribuindo o carinho de amigos e fãs com acenos e sorrisos. Com direito a bis fechando o show, o Statues On Fire seguiu rumo à Alemanha, onde deve estar nesse exato momento indo para mais um show. Os caras voltam para o Brazaland em novembro, e o clipe de No Tomorrow estréia nesta sexta-feira (30) mesmo.