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SÃO PAULO, SP 12.10.2018: SHOW-SP - A banda escocesa, Franz Ferdinand se apresentou na noite desta sexta-feira (12) no Tom Brasil, zona sul da capital paulista. A banda é formada por Alex Kapranos, Bob Hardy, Paul Thomson, Julian Corrie e Dino Bardot. (Foto: Ale Frata/Código19/Folhapress)

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Resenha do show em SP: Franz Ferdinand é candidato a AC/DC do rock alternativo

EDUARDO CAVALCANTI
Fotos: Ale Frata/Folhapress

Existem bandas que se apresentam com frequência no Brasil. E existe o Franz Ferdinand. É mais provável, a essa altura, alguém ter visto mais shows deles do que de algum músico nacional. Ok, eles perdem para o Red Hot Chili Peppers – mas qualquer um vai perder para o Red Hot Chili Peppers, que caminha sobre a face da Terra desde antes da extinção dos tiranossauros rex.

Oportunidade para ver os quatro escoceses ao vivo não faltou. E, ao que tudo indica, continuará sem faltar. A recepção que tiveram na última sexta-feira (12), na Capital, no Popload GIG, foi de atração estreante em São Paulo. Nada indicava que essa era nada menos que a nona apresentação deles por aqui.

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Não é preciso ir a mais que um show da banda para entender por que ela não só tem audiência cativa, como ainda consegue renovar seu público. Se fosse possível falar em rock de arena na cena alternativa, com certeza ela se enquadraria nessa definição.

O Franz Ferdinand foi formado em 2002, em Glasgow, como parte do ‘revival’ da new wave e do pós-punk que começou com o sucesso dos Strokes, um ano antes. Esse movimento tinha como referência dois tipos de música. Uma mais dançante (inspirada em Talking Heads, XTC, Devo, Gang of Four) e outra sombria (derivada de Joy Division, New Order, The Cure, Public Image, Depeche Mode).

Os escoceses optaram pela linha dançante, e ainda adicionaram à receita doses de eurodisco, um tipo de disco music de levada pop que se fazia na Europa, no fim dos anos 1970. É um estilo que fez sucesso antes, e que é infalível com o Franz Ferdinand, que tem a habilidade adicional de saber escrever canções que grudam na memória.

A mais eficiente delas é Take Me Out, que encerra a primeira parte do show, antes do bis. Ela é o ponto alto da apresentação, uma síntese da estrutura dinâmica e do ritmo marcial que a banda tem como assinaturas.

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Ao vivo, o Franz Ferdinand tem total controle, não só sobre o modo de apresentar as músicas – ainda mais energético que nas versões de estúdio -, mas principalmente sobre o público. Em nenhum momento essa percepção esteve mais clara do que no bis, quando o vocalista Alex Kapranos pediu para que a plateia da pista sentasse no chão. Foi uma situação no mínimo inusitada, mas que funcionou pela interação que ele manteve ao longo de todo o show.

Ajuda que o repertório dos cinco álbuns que a banda lançou desde 2004 é capaz de levantar mesmo quem nunca ouviu nenhum deles. Mesmo as faixas do novo, Always Ascending, lançado em fevereiro passado, podiam estar em qualquer um dos anteriores.

Essa vantagem é, ao mesmo tempo, uma indicação da principal objeção que se pode fazer ao som do Franz Ferdinand – a pouca variação na fórmula. Se nos álbuns isso não é tão perceptível, numa apresentação de uma hora e meia ela tende a ficar bem mais evidente.

Depois de algum tempo, a sensação é de que o ritmo festivo de Do You Want To, a outra música mais conhecida da banda, e os maneirismos vocais de Kapranos são muito mais recorrentes do que o necessário. A animação faz com que toda a repetição acabe em festa, de qualquer maneira, mas seria razoável esperar que o Franz Ferdinand não se contente em ser o AC/DC do rock alternativo.

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Fotos: Gabriela Rodrigues

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