Nos últimos anos, o público se deparou com diversos anúncios de turnês de despedidas. Ozzy Osbourne, Kiss, Scorpions, Lynyrd Skynyrd são alguns deles. Entretanto, nenhum parece tão real como o Slayer. A aposentadoria dos palcos é iminente. E, ciente do recado, o público compareceu em peso na despedida de São Paulo.
Na quarta-feira, 8,2 mil pessoas lotaram o Espaço das Américas para ver Tom Araya e Kerry King em ação pela provável última vez. O que se viu durante toda a apresentação foi uma banda concentrada em apenas mandar um petardo atrás do outro.
Brutal é um adjetivo que combina bastante com o show do Slayer. Seja pelo peso das canções ou a reação dos fãs. Quem estava no meio da pista, certamente levou muitos empurrões, socos e chutes. Para os mais distantes do palco, as imagens do telão eram impressionantes.
O mais interessante é que não tem tempo para conversa fiada ou demonstrações de afeto pelo Brasil, como muitas bandas fazem por aqui. O Slayer sobe ao palco para promover a noite do extravaso. É impossível não sair pingando de suor ou colecionando alguns roxos.
O repertório, que quase nunca muda na atual turnê, contempla boa parte da discografia. Abre com a faixa-título do último álbum da banda, Repentless.
A partir dela não tinha mais volta. Quem foi para a pista, não saiu mais. Os clássicos dos anos 1980 foram bem representados. Show No Mercy (1983), Hell Awaits (1985), Reign in Blood (1986) e South of Heaven (1988) tiveram oito faixas inseridas no set com 20 músicas.
Slayer em clima de jogo
Nas poucas vezes que parou o show, a banda foi festejada com gritos de torcida: “ole, ole, ole, Slayer, Slayer”.
O vocalista, Tom Araya, parecia muito emocionado com a demonstração de carinho do público, mas manteve a pose. Arriscou em português um “e aí, porra”, arrancando risos dos fãs.
A reta final do set veio com toda carga emocional e pesada do Slayer: Raining Blood, Black Magic, Dead Skin Magic e Angel of Death fecharam a apresentação de forma memorável.
Nesta sexta-feira (4) é a vez do Rio de Janeiro se despedir da banda, que toca no Palco Sunset, do Rock in Rio, a partir das 20h30, com transmissão da Multishow. Um presente e tanto para uma banda que está há 37 anos influenciando diversos artistas pelo mundo.
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