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Crédito: Lucas Shtorache

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Suicidal Tendencies oferece calor humano em fria noite paulistana

Texto: Matheus Degásperi Ojea

O frio de São Paulo fez com que poucos dos fãs que se reuniram para a apresentação gratuita dos norte-americanos do Suicidal Tendencies no Centro Esportivo Tietê, realizada no sábado (13), tenham optado pelas bermudas, vestimenta típica dos adeptos do hardcore, vertente que a banda ajudou a consolidar, se não criar. Apesar disso, por cerca de uma hora e meia, Mike Muir e sua trupe colaboraram para esquentar os milhares de presentes no espaço a céu aberto.

Parte da programação do Esquenta Rockfun Fest, que teve ainda apresentações das bandas Rockfun Legends, Corja!, Cali, Inocentes, Korzus e Oitão, o Suicidal Tendencies foi o grande chamariz do evento marcado para o Dia Mundial do Rock. Apesar das várias passagens pelo país, a banda sempre traz novidades, se não no seu setlist, em sua formação. 

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Capitaneada pelo vocalista Mike Muir, o Suicidal Tendencies tem histórico de alta rotatividade em seus membros. A constante é que Muir sempre se cerca de músicos extremamente competentes em suas funções. Para a turnê brasileira, batizada de “Nós Somos Família”, a banda conta com a presença do baterista Jay Weinberg, ex-Slipknot, contratado pela banda para substituir Greyson Nekrutman, que saiu para integrar a turnê de despedida do Sepultura depois que o antigo baterista deles, Eloy Casagrande, foi tocar no Slipknot, criando um grande troca-troca entre as três bandas.

Crédito: Lucas Shtorache

Além de Weinberg – que foi entrevistado pelo Blog n’ Roll – que parece estar muito empolgado e confortável em sua nova banda, a formação conta ainda com o precoce baixista  Tye Trujillo – filho de Robert Trujillo, do Metallica – e os guitarristas  Ben Weinman – do The Dillinger Scape Plan – e Dean Pleasants, que está no Suicidal Tendencies desde 1996, sendo o membro mais longevo da banda com exceção de Muir.

Com os seus 61 anos, Cyco Myko, como Muir também é conhecido, faz jus ao apelido e parece ligado no 220 durante todo o show, com seu estilo característico de “dança”. Iniciando com You Can’t Bring Me Down, a banda apresentou 15 canções que figuram entre os seus maiores clássicos, como War Inside My Head, Subliminal e Cyco Vision. Quem já viu outras passagens pelo país não se surpreendeu com o setlist, que não fugiu muito do que é comum nas apresentações do grupo.

O ponto fora da curva foi a música Nós Somos Família, recém lançada versão em português de We Are Family. Na gravação de estúdio, a banda contou com apoio de um extenso time de músicos e skatistas brasileiros. Para o show, Muir cedeu o microfone para convidados comandarem a execução da canção: o skatista Mineirinho, Yasmin e Tamyris da banda Eskrota, Haru da Corja! e Milton Aguiar, da banda santista Bayside Kings.

Crédito: Lucas Shtorache

As músicas foram executadas de maneira enérgica por toda a banda, porém, Muir abusou das interações com o público. Foi raro a banda emendar uma canção na outra, havendo quase sempre um intervalo para o vocalista falar com o público, na maioria das vezes com palavras de incentivo e afirmação. Se, por um lado, isso aproxima a banda da plateia, por outro, deixa o show um pouco mais truncado e com um quê de palestra de coach.

Como de praxe, durante a música Pledge Your Allegiance, última da apresentação, a banda convidou os fãs para subirem ao palco. Dessa vez, no entanto, parece que a coisa fugiu um pouco de controle. Ao fim da música, havia provavelmente cerca de uma ou algumas centenas de pessoas no palco, o que fez com que a produção tivesse que se pronunciar para que os fãs tomassem cuidado com os equipamentos.

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Segundo a produção, havia mais uma música prevista no setlist da banda, provavelmente o clássico Institutionalized, que costuma fechar as apresentações. A música, no entanto, não foi tocada. Se teve algo a ver com algum equipamento danificado quando o público subiu ao palco ou se foi algum outro motivo, só podemos supor, o que dá pra dizer com certeza é que o fim do show deixou um gosto agridoce de algo que foi interrompido antes da hora de acabar.

Estrutura: Apesar de ser muito interessante – pelo acesso à cultura e também para o bolso – a realização de um festival gratuito com bandas desse calibre, a estrutura do evento deixou a desejar. Se, por um lado, parecia haver boa distribuição de caixas para comprar os créditos que eram trocados por comida e bebida dentro do festival, por outro, o mesmo não se pode dizer dos banheiros. Com apenas dois pontos com sanitários em todo o espaço, o que se viu foram filas gigantescas e pessoas dando o seu próprio jeito de se aliviar em outros locais. É um ponto que precisa ser revisto para as próximas edições do festival.

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