Pouca coisa mudou em um ano, mas quando se trata da banda sueca The Hives, o repeteco é inevitável. Responsável por um dos shows mais divertidos e enérgicos de rock na atualidade, Pelle Almqvist e companhia retornaram a São Paulo, na noite de terça-feira (15), para um show no Tokio Marine Hall.
O set, composto por 16 músicas, foi quase um ctrl C + ctrl V da apresentação no Primavera Sound há um ano. Mas por se tratar de um show solo, contou com cinco músicas adicionais. Além disso, é nítido que funciona ainda mais em um ambiente fechado e com um público 100% fiel.
Bogus Operandi, faixa que abre o álbum mais recente da banda, The Death of Randy Fitzsimmons, de 2023, inaugura o set e é o suficiente para mostrar a força do grupo que está na ativa desde 1994.
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Sem desacelerar, The Hives ainda emenda uma sequência brutal logo de cara com a clássica Main Offender e mais uma do novo álbum, Rigor Mortis Radio.Walk Idiot Walk, que foi limada do set no Primavera Sound, voltou ao repertório, para manter o público aquecido.
Good Samaritan, um punk rock marcante da discografia da banda, provocou até uma roda mais forte no meio da pista premium.
É impressionante como o The Hives não precisa de 1h30, 1h40 de show ou de efeitos sonoros e visuais para entregar uma das melhores apresentações do momento. É tudo na raça mesmo: presença de palco inigualável, som perfeito como nos álbuns e um banho de carisma de Pelle e cia.
O vocalista brincou em diversos momentos com os fãs. Disse que o público brasileiro é atrasado, então faria um show menor (e fez, cortou dois sons no comparativo com as apresentações no México), desfilou com uma bandeira personalizada do Brasil, além de ter arriscado algumas palavras básicas em português.
Enquanto se preparava para cantar o primeiro grande hit da banda, Hate to Say I Told You So, prometeu trazer o Hives todos os anos para o Brasil. No ano passado disse isso e cumpriu a promessa agora.
Com 55 minutos de show, a banda já deixou o palco para a pausa do bis. O fato de sair de cena tão cedo incomodou uma parte do público, mas nada que gerasse uma crise na relação. No retorno ao palco, mais três sons: a curtinha Come On!, Smoke & Mirrors e a explosiva Tick Tick Boom, com toda a coreografia tradicional, pedindo para o público se abaixar e pular somente no refrão e a divertida apresentação dos integrantes em um portunhol bem carregado.
Repeteco, mas com o Hives nada é enjoativo. Se voltar em 2025, estarei lá novamente. E recomendo o mesmo para quem quiser uma noite de rock inesquecível.