Um dia antes, o Twenty One Pilots havia vencido o prêmio de melhor performance ao vivo do Kerrang Awards, prêmio da tradicional revista britânica. No O2 Academy Brixton, casa emblemática de Londres, o duo estava pronto para o terceiro de quatro shows seguidos na capital inglesa. Cada um com uma proposta diferente.
O giro do Twenty One Pilots começou com uma apresentação intimista no Camden Assembly, pub com capacidade para 250 pessoas, no coração de Camden Town, na última terça (21).
No dia seguinte, o duo seguiu para o O2 Shepherds Bush, mais um show sold out, dessa vez para 2 mil pessoas. No O2 Academy Brixton, na quinta (23), foi para quase 5 mil pessoas, enquanto o encerramento no sábado (25), na Arena Wembley, para 12,5 mil pessoas.
“Nós estamos muito felizes com esse reconhecimento da Kerrang. Nós nos dedicamos muito para entregar um show bom para vocês. Esse prêmio só foi possível por causa de vocês. Vocês deveriam receber esse prêmio também”, declarou o emocionado vocalista Tyler Joseph, no O2 Academy Brixton.
E ele não está errado. A sinergia entre público e banda impressiona. Da primeira música, Good Day, até a última, Trees, não existe nenhum momento de distração. Os olhos dos fãs ficam pregados no palco. Inclusive boa parte deles vai como cosplay dos integrantes.
Recentemente, o nosso correspondente em Londres, Roberto Gasparro, comentou que alguns artistas não sabiam aproveitar a imensidão do palco do O2 Academy Brixton. Mas esse não é o caso do Twenty One Pilots. Tudo foi montado de forma impecável para a dupla brilhar em cena.
Tyler Joseph e Josh Dun dão show de acrobacias, interagem o tempo todo com o público e exploram recursos visuais o tempo todo com um telão incrível no fundo do palco.
O repertório, mesmo que recente (dupla tem pouco mais de dez anos de estrada), é de gente grande. Prova disso é que já soltam um dos maiores hits, Stressed Out, logo no começo. É a segurança de quem se garante com um caminho de sucessos na sequência.
Migraine e Heathens vieram na sequência, comprovando a força do setlist. Em The Outside, os dois recebem o apoio de uma banda completa, com guitarra, baixo e saxofone. O baixista, aliás, é um show a parte no palco. Muito carismático, ele de cabeça no clima proporcionado por Tyler e Josh.
Chlorine e Mulberry Street vêm em sequência para preparar o palco para uma continuação ainda mais especial. No piano, Tyler puxa Bennie and The Jets, de Elton John.
Muito aplaudida pelos fãs, a música soou com uma bonita homenagem ao lendário artista britânico, que se apresentou no dia seguinte no Hyde Park, abrindo o British Summer Time, festival de verão de Londres.
Na sequência, o Twenty One Pilots improvisou uma fogueira no palco e iniciou uma sessão acústica, tal como fizeram recentemente na gravação do Unplugged MTV.
O set acústico teve um tempo considerável. Contou com I Can See Clearly Now (Johnny Nash e famosa na voz de Jimmy Cliff), My Girl (The Temptations), Home, House of Gold e We Don’t Believe What’s on TV.
Sem aliviar na sequência pesada, o Twenty One Pilots tocou uma versão da música tema de Halo antes de emendar mais alguns hits, como Jumpsuit e Heavydirtysoul.
Em Saturday, Josh tem sua bateria colocada em cima de um tablado e erguida pelos fãs. Isso mesmo, toca a bateria numa espécie de ilha no meio da plateia. Quem acompanha o Twenty One Pilots há mais tempo sabe que isso é uma prática comum nas apresentações.
Level of Concern, Ride e Car Radio em sequência também ajudaram a deixar os fãs mais empolgados. Mas o forno que estava dentro da casa, após um dia extremamente quente em Londres, fez com que alguns fãs deixassem a pista antes do fim.
Shy Away, um dos destaques do último álbum, Scaled and Icy, veio em uma versão misturada com I’m Not Okay (I Promise), do My Chemical Romance. Trees deu números finais a um show que não tem margem de erro. É impecável do início ao fim.