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A intimidade de Renato Russo em cartaz no MIS, em São Paulo

Fotos: Letícia Godoy/MIS/Divulgação

“Na primeira vez que a Legião Urbana veio se apresentar no Caiçara Music Hall, o Renato Russo, frente a frente comigo, perguntou para a Fernanda Villa Lobos, empresária do grupo, se já havia feito a solicitação para a casa não vender latinhas de cerveja durante o show. Eu não gostei, peitei ele e disse: Pô, Renato, você precisa de intérprete para falar comigo?. O Renato respondeu que se jogassem latinha no palco, ele acabaria com o show. Eu me revoltei e mandei ele pegar as coisas dele e ir embora. Disse que não precisava mais tocar. Mas fui esperto, levantei a bola para a Fernandinha chegar e cortar nele. A empresária o convenceu a subir no palco. Depois, o Renato veio me pedir desculpa, mas eu disse que ele não precisava se desculpar. A briga partiu para o lado pessoal e o contato com Renato era feito apenas com doces. Eu sempre colocava um bombom no camarim e saía, porque, se ficasse lá, era pedrada na certa”.

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O relato acima é do empresário Toninho Campos, proprietário do Cine Roxy, sobre o período que cuidava dos shows no extinto Caiçara Music Hall, em Santos. À época, na segunda metade dos anos 1980, a relação com Renato Russo, criador da Legião Urbana, era uma novela que sempre rendia boas histórias.

E muito desse mundo de Renato, enfim, ganhou um espaço de destaque. A exposição que leva o nome do artista, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, consegue retratar bem as manias, as coleções, o mundo imaginário, seus principais trabalhos, o relacionamento com os fãs. Ou seja, um pouco de tudo o que cercava o cantor e compositor carioca, falecido em 1996, aos 36 anos.

O cuidado em recriar cômodos da casa, como a sala de estar e o quarto, ou mesmo espaços undergrounds frequentados pelo ex-vocalista da Legião Urbana, chamam a atenção logo de cara. Impossível não se sentir transportado para o início dos anos 1980, no salão de entrada, repleto de pôsteres e pichações de bandas punk ou mesmo clássicas, casos dos Beatles e Stones.

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A grandiosidade da mostra pode ser notada pela quantidade de itens pessoais que está exposta no Museu da Imagem e do Som: mil peças, quatro vezes maior que outra exposição badalada na Capital, a Nirvana: Taking Punk for the Masses, em cartaz no Lounge Bienal, no Parque Ibirapuera.

E quando falamos em itens pessoais, entenda como algo da intimidade do músico mesmo. Desde um boletim escolar até roupas, sapatos, livros, móveis e diários repletos de histórias. Até mesmo facetas curiosas da personalidade de Renato Russo, como suas coleções de anjos e de baralhos de tarô.

[ngg_images source=”galleries” container_ids=”8″ display_type=”photocrati-nextgen_basic_thumbnails” override_thumbnail_settings=”0″ thumbnail_width=”240″ thumbnail_height=”160″ thumbnail_crop=”1″ images_per_page=”20″ number_of_columns=”0″ ajax_pagination=”0″ show_all_in_lightbox=”0″ use_imagebrowser_effect=”0″ show_slideshow_link=”1″ slideshow_link_text=”RENATO RUSSO NO MIS” order_by=”sortorder” order_direction=”ASC” returns=”included” maximum_entity_count=”500″]A relação com os fãs merece um destaque à parte. O carioca radicado em Brasília sempre conversou com eles. Mantinha uma proximidade grande e muitos vão se surpreender com a escadaria pitoresca da exposição, composta por centenas de cartas. Sim, Renato guardou muitas delas em sua casa.

Vale lembrar que praticamente tudo que compõe a mostra estava guardado no apartamento do cantor e foi liberado por Giuliano Manfredini, seu único filho.

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O processo de criação das músicas do seu pai, set lists improvisados, desenhos inspirados nas principais canções, os discos de ouro, platina, certificados, prêmios. Giuliano esvaziou o apartamento para apresentar toda a intimidade do seu pai.

Para quem já acompanha a Legião há tempos, ficará muito feliz com o cantinho dedicado ao The 42nd St. Band, romance escrito pelo artista aos 15 anos sobre uma banda imaginária. Tem até um mapa mundi com as cidades visitadas pela tour.

Nem é preciso acrescentar mais para dizer que a mostra é um passeio imperdível para os fãs da região. Afinal, o último show da Legião Urbana, com Renato Russo, foi na Reggae Night, em Santos. Uma apresentação tumultuada, como sempre, e que está disponível no YouTube. Isto sem falar dos incontáveis shows que vieram para a Baixada Santista entre os anos 1980 e 1990.

Serviço
A exposição Renato Russo fica em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) até o dia 28 de janeiro de 2018. Os ingressos custam R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia). Terças-feiras são gratuitas. Para comprar, acesse o site do Ingresso Rápido. O MIS fica na Avenida Europa, 158, no Jardim Europa, em São Paulo.

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