A.K.A.G. lança álbum com beats inspirados em locais e bairros da Baixada Santista

A.K.A.G. lança álbum com beats inspirados em locais e bairros da Baixada Santista

O santista Felix Barreira mora há 11 anos em São Paulo, mas não consegue esquecer suas origens. Quando adolescente, liderou uma banda de street punk com boa aceitação entre o público underground na Baixada Santista. Hoje, está com um disco novo com vários beats (batidas) inspirados em locais da região. Baixada é o seu sexto álbum como A.K.A.G. (Aka Gordão), seu pseudônimo.

A ligação com o punk rock na adolescência conectou Felix com outras áreas desse universo. “Sou seletor e colecionador de discos de vinil. Comecei no reggae e fui à Jamaica comprar discos e conhecer artistas, estúdios dos anos 1960 e gravar com esses artistas”.

Sobre o álbum, Felix afirma ter gravado tudo em casa, a partir de samples (amostras ou recortes) de vinis. “Recortei e mandei para MPC, onde fiz as batidas. Da MPC, joguei para o computador via interface, gravei o baixo e a guitarra em algumas faixas, outras joguei uns efeitos que faço via teclado e synth”.

A inspiração na região é natural, garante o artista. “Já tinha feito alguns álbuns cujas faixas trazem nomes aleatórios, mas para este disco em questão, várias lembranças e momentos me influenciaram a batizar as faixas. A Baixada Santista é o ponto crucial no meu processo de criação, é meu lugar de origem, minhas raízes estão aí”.

Entre as canções gravadas estão Balsa, Pouca Farinha, Deck do Pescador, Água Fria, Embaré, Conselheiro, Encruzilhada, São Bento, Fábril, Rebouças e Emissário Submarino.

A.K.A.G. passou a fazer esse tipo de som influenciado por algumas lendas da produção, tais como Doom, Madlib, Dilla e Flying Lotus.

“Comecei a escutar música com o punk rock e poder produzir sozinho é uma parada que segue o mesmo princípio do do it yourself, que me encantou no punk. Do punk fui ao reggae, que me abriu a cabeça para muito som, do jazz ao soul, passando pelo hip hop e pela música brasileira. Graças ao rap, fui me interessando por fazer beat”.

O interesse pelos samples fez com que A.K.A.G. buscasse artistas com os mesmos objetivos. “Em Santos tem os Piratas do Maxixe, que organizam a Jambu. Eles sempre dão espaço para expor meu trabalho autoral, isso desde a época de Base (extinta casa noturna)”.

Atualmente, além de gravar discos como A.K.A.G., Felix organiza eventos relacionados à cultura independente e trabalha com grafitti, pintura e colagem na Capital.

Para ouvir Baixada, clique aqui ou no player abaixo. Se quiser conhecer o trabalho de artes visuais de Felix, acesse.