MÁRIO JORGE
Quem, como eu, conheceu boa parte dos anos 1970/1980 sabe que existem músicas, grupos ou afins que marcaram época, mesmo não sendo o velho e inesgotável rock pesado. A lista é grande, tem coisas que passam pelo hard, pelo rock’n roll… ou não necessariamente.
Uma das vozes mais emblemáticas talvez seja a do Rod Stewart. Sailing, por exemplo. Putz, tremenda viagem de um cara apaixonado em meados dos 1970. Na canção, o escocês segue no embalo por mares outrora navegados. Essa era uma daquelas músicas pra dançar agarradinho, coisa que o tempo parece ter sepultado pra sempre. Uma pena. E Tonight’ The Night, então? Fantástico. Experimente ouvir!
Rod Stewart (Tonight’ The Night)
Peter Frampton é outro da lista que as novas gerações deveriam escutar, e bastante. Como sugestões, vão Show Me The Way e Baby, I Love Your Way. Frampton era um daqueles cabeludos muito típicos de quatro décadas atrás. Mas o tempo passou e as madeixas deram lugar a poucos fios de cabelo. Não faz mal. A história que esse americano construiu na música deixou um registro que não se apaga.
Peter Frampton (Show Me The Way)
https://www.youtube.com/watch?v=Al9WmowJ3bQ&list=RDAl9WmowJ3bQ#t=0
O tempestuoso mar de emoções de Carrie On Wayward Son, do Kansas, mostra um labirinto de experiências nada tranquilas. O início da música e a batida inconfundíveis entram nesta lista de roqueiros mais velhos como cânticos de aventuras juvenis inesquecíveis. E empolgantes.
Kansas (Carrie On Wayward Son)
Não podem faltar os clássicos que toda boa banda toca em bares, e, invariavelmente, todos sabem a letra. Ou vão no embromation mesmo. Have you ever seen the rain?, do Creedence Clearwater Revival, passeia leve e solta pelo público com desenvoltura contemporânea, embora tenha sido lançada pelo grupo norte-americano em 1970, portanto há 47 anos. Proud Mary, também do Creedence, surgiu um ano anos, em 1969. O hit é um dos campeões de qualquer noite. Bem tocada, põe todo mundo pra cantar.
Creedence Clearwater Revival (Proud Mary)
E, sem esculachos, por favor, até clássicos da chamada época Disco podem entrar no ranking informal. Easy, do Commodores, é pra arrebentar o coração de muito headbanger. E vou mais além: sou mais a original de 1977, com Lionel Richie nos vocais, do que a versão do Faith No More.
Commodores (Easy)
https://www.youtube.com/watch?v=rQUZj57oljA
Por fim, um pouco mais atual – porém, nem tanto -, Candy, do Iggy Pop. Ele canta com Kate Pierson, da B-52’s, as idas e vindas de um romancezinho daqueles água com açúcar. Vale conferir no YouTube. O vocal de Kate torna a música mais neurótica em alguns pontos e põe tempero na descrição desse mal resolvido caso de amor.
Iggy Pop e Kate Pierson (Candy)
É por aí, pessoal. Tirando os eternos objetos de repulsa, a boa música deixa marcas. Atravessa os tempos e confere um pouco de emoção na vida de cada um. Como se fosse um espectro de lembranças, a trilha sonora de quem tem alguma coisa pra contar, recordar, enfim… É isso!