Por Lincoln Spada (Galeria / A Tribuna)
Ser alto, voz potente e ter tatuagens pelo corpo são as raras semelhanças de Roddy B. com outros cantores do metal. Alheio a bebida alcoólica, cigarro e drogas ilícitas, ele nem gosta de som alto, principalmente quando está no volante. Entre risos: “Tento evitar ao máximo, porque, com o tempo, todo músico costuma se tornar surdo”.
Assim, resta três vícios ao vocalista: maçãs, água mineral – ele come até meia dúzia de frutas e bebe de três a quatro litros antes do show – e se dedicar a terceira idade. Se de noite ele é um rockstar, durante o dia, Roddy é um empenhado cuidador de idosos em uma clínica de repouso há quatro anos. Enumera os afazeres: “Ajudamos eles em seus exercícios físicos, damos banho, alimentação”.
Para ele, é mais difícil cuidar de 36 senhores e senhoras do que cantar para multidões. “Só que com eles, aprendi a ter compreensão, paciência”. Valores que reforçam o desejo de Roddy continuar na profissão, mesmo que volte ao Brasil.
Sorte do seu filho, de 3 anos, que conta sempre com um pai capaz de oferecer o devido alento. “E ele curte rock, já está aprendendo bateria”, anima-se o pai coruja.
De fato, a carreira musical ainda não sustenta seu lar. Graduado em Administração, Roddy trabalhou em Santos por mais de dez anos no setor de navegação. Por isso, não está satisfeito com o atual status: “Preciso querer ser ainda melhor”.
Reportagem publicada em A Tribuna no dia 05/05/2013