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Bon Jovi frustra críticos do “The Voice”, mas agrada público com show de 2h30

Fotos: Ricardo Matsukawa/Mercury Concerts/Divulgação

E os reality shows continuam a lançar especialistas em coisa nenhuma. Nos últimos dias isso ficou muito evidente com a enxurrada de críticas, principalmente, aos vocalistas das principais bandas do Rock in Rio e São Paulo Trip: “O timbre de voz não é mais o mesmo”; “Fulano foi constrangedor”; “Aposenta, Axl”; “Bon Jovi joga pra galera cantar”.

Sim, vocês estão certos. Os diplomas do The Voice e X Factor fizeram muito bem para vocês. Mas sinto informar que o julgamento de vocês pouco importa para esses artistas e muito menos para os seus fãs. Isso ficou muito claro no sábado, durante a apresentação do Bon Jovi, no Allianz Parque, na segunda noite do São Paulo Trip.

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Como os “desconhecidos” do The Kills nem chegaram a ser julgados pela geração The Voice, a carga ficou toda para o cinquentão Jon Bon Jovi: “Não canta mais nada” ou “Não alcança mais as notas”. Não faltaram críticas. E adivinha como estavam os fãs durante o show: “Lindo! Gostoso!”; “Que show incrível”.

Mas a geração The Voice, presente até em muitos críticos de música, está certa. Jon Bon Jovi não canta mais como nos anos 1980. Alguns fãs reconhecem isso, mas preferem enaltecer o espetáculo como um todo.

De fato, o músico poupou sua energia no Rio de Janeiro. Ele percorreu muito mais o palco de São Paulo do que no festival carioca. O set list incluiu as belas Always, In These Arms e These Days, esquecidas na apresentação do Rock in Rio. Engraçado que o cinquentão comentou algumas vezes que preferia o público paulistano e que o show seria melhor. Cumpriu com a palavra.

Em Bed of Roses, Bon Jovi voltou a fazer algo que passou batido no Rio, chamou uma fã para o palco e deixou a menina em choque. Dançou, deu beijo, abraçou, tirou foto, falou baixinho no ouvido…

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O repertório ainda trouxe outra surpresa agradável: (You Want to) Make a Memory, do disco Lost Highway (2007), que não se faz presente no setlist desde 2013, quando foi executada 72 vezes. De lá para cá, variou entre uma e cinco vezes ao ano. Em 2017, a primeira vez foi no sábado, no Allianz Parque.

Do último disco do Bon Jovi, This House is Not for Sale, lançado no passado, New Year’s Day debutou na América Latina na mesma apresentação. Ou seja, durante 2h30 de show, o Bon Jovi soube dosar aquela receita que todo fã ama: carisma, presença de palco, surpresas no set e uma enxurrada de sucessos. Na minha lista de hits, faltaram apenas Runaway e I’ll be There For You. Quem sabe não reaparecem na turnê do próximo ano, com visita a São Paulo, prometida pelo frontman.

E Jon Bon Jovi não está sozinho no palco. Sambora saiu, mas um outro grande músico ficou mais evidente ainda. O tecladista David Bryan (apelidado de Ovelha nos memes, após o Rock in Rio) segura muito bem a bronca. E não sente esse peso. Responsável pela trilha de Memphis, musical hiper premiado da Broadway, não poderíamos esperar algo menor que isso.

O baterista Tico Torres é quase uma instituição com as baquetas. Sempre que tem algum pequeno momento de destaque, o cara é reverenciado pelo estádio inteiro. Existe uma sintonia imensa entre banda e público. Os encontros de fã clubes talvez expliquem isso. Por isso que quando Bon Jovi rasga elogios ao público paulistano, a sensação é que é algo sincero mesmo.

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Substituto de Sambora na guitarra, Phil X tem uma baita missão ingrata. Não é fácil agradar quando você precisa repor uma perda tão grande. Phil não é nenhum novato na história. Seu currículo inclui gravações com Tommy Lee, Rob Zombie, Alice Cooper e Avril Lavigne. E quando você é reverenciado por Bon Jovi na frente de mais de 40 mil pessoas, o retorno é garantido.

Ah, você, jurado do The Voice do Facebook, deve estar pensando: “Esse cara não vai falar nada do vocal do Bon Jovi?” Já dei razão para vocês. A voz não é mais a mesma. Mas Bon Jovi compensa com aquela regrinha que citei lá em cima: carisma, presença de palco, surpresas no set e uma enxurrada de sucessos.

Tão difícil como alcançar algumas notas, depois de mais de 30 anos de carreira, é proporcionar um espetáculo de 2h30 que consegue entreter, emocionar e agitar um estádio lotado. E isso Bon Jovi sabe fazer.

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