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Carla Mariani abraça o blues em primeiro EP solo; Lançamento será no Sesc Santos

Há dez anos, quando iniciou sua trajetória musical, a cantora santista Carla Mariani mal poderia imaginar o rumo da sua carreira. Enquanto começava seus estudos vocais, ela deu os primeiros passos em um projeto que levava o próprio nome. À época, influenciada pelo que escutava em casa, Carla trabalhava um som mais na linha da MPB.

A forma como cantava, no entanto, despertou o interesse dos roqueiros. E mesmo sem muita familiaridade com o gênero, Carla mergulhou de cabeça no som. Entre alguns projetos, destaque para o Rising Sun, onde ficou mais de quatro anos à frente do vocal. A banda levava um som com pegada mais classic rock e hard rock.

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E foi a partir do classic rock que a santista chegou o mais perto possível do som feito no momento. Com o EP de estreia, Time, Carla abraçou o blues. São seis faixas inéditas, autorais e com muito sentimento nas letras. De lembranças do ex-namorado e até da avó, a cantora consegue transmitir um feeling bem interessante nas suas canções.

Nesta quinta-feira (31), a partir das 21h, na Comedoria do Sesc Santos, com entrada gratuita, Carla Mariani mostrará um pouco da sua versatilidade para o público. O repertório não será inteiramente autoral, mas as covers escolhidas são de alto nível: Nina Simone, Janis Joplin, Amy Winehouse, Etta James, Joss Stone.

“Fizemos um show na semana passada, no Quinto, um bar no Canal 1, para testar algumas canções e o retorno foi bem positivo. Agora, estamos agendando algumas datas”.

Apesar de ser um álbum mais influenciado pelo blues, Carla conta que não é a única influência nítida no trabalho. Toda a bagagem adquirida nos dez anos de carreira está somada no EP Time.

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“Etta James é uma das que mais escuto. A primeira (Nothing but Time) e a quarta (I Got the Blues) são as duas mais blues desse trabalho. As faixas dois (Be Who You Are) e seis (Only Love Remains) são mais pop rock comercial”, explica.

Sincera e divertida, a cantora falou um pouco sobre o processo de criação das músicas. Quase todas, aparentemente, concebidas de forma simples, rápida, porém, intensas.

“Uma das músicas foi feita após ler um texto de uma jornalista. Aquele texto mexeu muito comigo. Mandei uma mensagem para ela, contei que havia feito uma música a partir do texto dela, mas não tive nenhum retorno. Passou em branco. Fala sobre desapegar de situações. As pessoas pensam que você é fraca por deixar as coisas, mas, na verdade, é o contrário. Tinha acabado de terminar com o meu namorado, descobri que realmente demorei para esse desfecho”.

E tal como a cantora inglesa Adele, o tema é recorrente no repertório da santista. I Got the Blues também tem um ex-namorado como influência na letra. “De fato, relacionamentos sempre são uma boa base para canções. Não importa o gênero, sempre encontramos uma temática assim. Cada um, no entanto, com suas sutilezas”.

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Cenário na região é motivador
Quando procuramos por artistas de blues na Baixada Santista, a missão não é tão fácil. Temos grandes talentos, como Dog Joe, In The Level Blues Band, Filippe Dias, Fabio Brum, Druidas (em hiato), Pedro Bara, Débora Basílio e Beto Gonçalves, mas não um cenário consolidado.

Isso, no entanto, não impede que grandes eventos sejam desenvolvidos por aqui. Se nos anos 1990 e início da década 2000, o Bar do Sesc, atual Comedoria, era o grande QG do blues, hoje esse cenário expandiu para festivais, como o Rio Santos Jazz Fest, Festival Santos Café, Santos Jazz Festival.

Apesar de não carregarem o blues em seus nomes, os artistas da região estão presentes. “Não podemos nos queixar. Para uma cidade que tem uma cena tímida de blues, esses festivais mostram que temos como cavar nosso espaço. Além disso, outras casas como o Quinto e mesmo o Sesc reservam espaço para o pessoal daqui”, comenta Carla Mariani.

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Ela afirma que a maior dificuldade existente está no rock. Mesmo com um cenário pujante de bandas, ela acredita que por existirem muitas barreiras musicais, a dificuldade é sempre maior. “É hard rock, hardcore, heavy metal, pop rock. O pessoal precisa conversar mais, fazer mais eventos em conjunto. Enquanto houver divisões, a dificuldade será maior”.

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