Há nove anos, o economista e músico Dauton Janota, natural de Santo André, escolheu morar em Santos para escrever o seu terceiro livro. Buscava um lugar tranquilo para dar sequência ao trabalho. E foi aqui que ele deu o maior passo: criar o player Pleimo, quarta maior plataforma de música no mundo atualmente, com 900 mil usuários de 137 países. De 2012 para cá conseguiu atrair investimentos de US$ 13 milhões.
A distância para os três maiores players ainda é grande. Spotify e Deezer, por exemplo, contam com 15 milhões e 16 milhões de usuários pagos, respectivamente. O catálogo também é muito maior: 30 milhões de músicas registradas. Mas, tal como numa corrida eleitoral, o Pleimo leva vantagem na taxa de rejeição. Artistas do mundo inteiro apoiam a plataforma e acreditam ser a mais justa com eles.
Um dos maiores diferenciais da plataforma é o modelo de remuneração da empresa: ao entrar no Pleimo, o artista fica com 80% do lucro
líquido das operações, e além disso, o fã também pode doar 20% do valor de sua assinatura mensal na plataforma para seu artista favorito. Dessa forma, o artista tem a possibilidade de formar uma carteira de recebimentos em crescimento pleno mensalmente.
Ao entrar no Pleimo, o artista continua detentor de 100% dos direitos sobre sua obra e conta também com ferramentas de gestão financeira
e estatística que o auxiliarão em sua carreira.
“Entre os anos 1970 e 2009, a gravadora investia x para vender dez músicas. E o consumidor comprava um CD, um LP. Era um modelo que funcionava para eles. Mas veio o Napster, o download das músicas, o iTunes vendendo canção por US$ 1 e eles não acompanharam”, explica Janota. “Hoje a indústria da música investe o mesmo x para receber dez mil vezes menos”, completa.
A banda Gloria, mesmo há pouco tempo na Pleimo, já vem observando seus números de fãs crescendo a cada dia dentro da plataforma. Com mais de 2 mil usuários apoiadores dentro do Pleimo, o grupo também é um dos que mais faturam na plataforma.
“O mais interessante no Pleimo é a política de distribuição digital, pois o artista é remunerado a partir da sua base de fãs assinantes, num ótimo exemplo de meritocracia”, afirma o vocalista da Gloria, Maurício “Mi” Vieira.
Questionado se o Pleimo seria a plataforma dos músicos independentes, Janota acredita que sim, mas afirma que há espaço para todos. “O mainstream, aquele artista que toca na rádio, no cinema e na novela representa 5% do total de músicas no mercado. Ou seja, temos mais de 550 milhões de músicas de artistas que não chegam ao grande público. Você quer me dizer que não existe uma nova Madonna, Elvis ou Frank
Sinatra nesse meio?”.
O fundador do Pleimo acredita que a plataforma utiliza um modelo de negócio que é a única salvação para o mundo da música. Ele afirma ainda que o Pleimo conta com software que analisa o perfil do usuário e indica canções. “É 87% de certeza que o usuário vai gostar da indicação. O software é muito preciso na hora de fazer a indicação de músicas para ele”, finaliza o CEO do Pleimo.
(*) Reportagem publicada no caderno de Tecnologia da A Tribuna em 19/01