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Crítica: Bohemian Rhapsody

Cinebiografia de uma banda ou artista sempre vai gerar muita discussão e, principalmente, reclamações. Se levarmos em conta a licença poética presente em 99% dos filmes inspirados em uma história real e perdoarmos alguns furos de datas, Bohemian Rhapsody (Fox), o filme sobre a história de Freddie Mercury e o Queen, que chega aos cinemas na quinta-feira, é um programão imperdível.

Para os fãs mais apaixonados, pontos como a estreia do visual com bigode de Mercury, o que motivou a criar We Will Rock You ou mesmo o processo de criação do sucesso Bohemian Rhapsody podem causar algum tipo de revolta. Tente não se apegar a isso. Será que essa confusão está relacionada à troca de comando de última hora? A produção foi tão conturbada que o diretor creditado, Bryan Singer (responsável por cinco filmes da franquia X-Men), foi substituído por Dexter Fletcher (o mesmo da cinebiografia do Elton John, Rocketman, prevista para 2019) na reta final.

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Depois que Adam Lambert assumiu a linha de frente do Queen e foi abraçado pelos fãs, dificilmente alguém reclamará de Rami Malek (protagonista da série Mr Robot), que está muito bem na interpretação de Mercury. No início, ele é quase um sósia do Mick Jagger, mas com o tempo acaba indo para um tipão mais do vocal do Queen. 

Antes de entrarmos na história do longa, vale destacar um ponto atual e curioso. Logo que foi lançada, a música Bohemian Rhapsody recebeu uma enxurrada de críticas, conforme é destacado no filme. Uma delas aponta que a canção não passava de uma cópia do Led Zeppelin. Sem querer comparar (longe disso), mas os críticos andam falando a mesma coisa do Greta Van Fleet, a última grande coisa que surgiu no rock e que está cotada para o próximo Lollapalooza.

Agora sim, entrando no filme, a história tem início no período que antecede o início da banda. Mercury é um descarregador de malas do principal aeroporto de Londres, sofre bullying por causa dos seus dentes grandes e de sua origem indiana, a qual os companheiros de trabalho chamam de paquistanês. Nesse período, ele ainda era o Farrokh Bulsara.

Em um barzinho de Londres ele tem acesso ao som da Smile, banda que conta com o baterista Roger Taylor (Ben Hardy) e o guitarrista Brian May (Gwilym Lee). Na hora de ir embora, o jovem conversa com os dois e se oferece para ser o vocalista, já que o último frontman havia acabado de deixar o grupo. A partir dali, o que se vê é algo próximo da história do Queen.

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A origem do nome da banda, o primeiro sucesso (Killer Queen), as desavenças com o produtor, a criação de Bohemian Rhapsody, as principais turnês, os relacionamentos amorosos do vocalista, a briga entre os integrantes, a carreira solo, a descoberta da aids por Mercury até a emblemática apresentação no Live Aid, em 1985, no estádio de Wembley, na Inglaterra.

Bohemian Rhapsody procura mostrar, também, a importância de cada um dos integrantes. Brian May aponta qual ideia teve para um hit, Roger Taylor dá os seus pitacos, enquanto John Deacon (Joseph Mazzello) aparece de forma mais caricata. Além disso, o baterista mostra uma faceta de mulherengo, o guitarrista é o pacificador, já o baixista é quase um aloprado.

As 2h15 de filme passam bem rápidas, mas não esquecem abordar a passagem do Queen pelo Brasil. Love of my Life, que ganhou um coro histórico no Rock in Rio de 1985, aparece como um dos momentos mais impactantes para o vocalista. No filme, o vocalista conta que a escreveu para o seu grande amor, a ex-noive Mary Austin (Lucy Boynton), com quem manteve uma relação amigável até o fim da vida.

Mas é justo no trecho “brasileiro”do filme que os fãs podem sentir uma certa estranheza. Afinal, Brian May diz que o sucesso de Love of My Life no Rio de Janeiro influenciou na criação de We Will Rock You. “Precisamos fazer músicas que o público participe nos shows, tal como na última apresentação”. E a mesma regra parece valer para Radio Ga Ga.

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Com furos ou não, o filme cumpre o seu papel: presta uma bonita homenagem ao vocalista do Queen, emociona, diverte e coloca os fãs para cantar junto.

Serviço: Bohemian Rhapsody chega aos cinemas da região na quinta-feira. Amanhã, às 21h, tem pré-estreia no Roxy Gonzaga (Av. Ana Costa, 443). O Instagram do Blog n’Roll (@blognrollplay) está sorteando pares de ingressos. O resultado sai hoje à noite.

Bohemian Rhapsody. Duração: 135 minutos. Direção de Bryan Singer / Dexter Fletcher. Roteiro: Anthony McCarten. Produtores-executivos: Brian May e Roger Taylor (Queen). Com Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Tom Hollander, Allen Sanguessuga e Mike Myers.

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