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Dadabots – o sistema de música artificial

Após a era do autotune, os avanços tecnológicos e científicos vêm trazendo mais e mais novidades para o mundo da música. A aposta da vez é o sistema de Deep Learning (Aprendizado Profundo, em uma tradução direta): de maneira resumida, seria o processamento de informações abstratas em pequenas partículas (uma imagem, por exemplo, é uma forma vetorial de intensidade de pixels, ou arestas e regiões) e a tentativa de extração automática de características abstratas, a fim de então tornar a máquina capaz de criar novos conteúdos com abstração similar ao do sistema nervoso humano.

Pense na função “OK Google” do seu celular. O comando de voz “OK Google” é dado e o reconhecimento da voz do interlocutor começa a processar pequenas quantidades de fala para transformá-las em resultados de pesquisa coerentes. A comparação dos estímulos com bancos de dados e também com acúmulo de novas informações gera respostas do sistema autômato.

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Parece ficção científica, porém é muito mais real do que se imagina. A tecnologia de Deep Learning já vem sido estudada desde 1965. Apenas em 2017, no entanto, que os primeiros modelos de música artificial foram sendo lançados. Veja como exemplo o protótipo ALICE, da startup australiana Popgun.ai.

No fim de 2017, um outro projeto, Dadabots, criado por dois produtores musicais e engenheiros de som estadunidenses, Zack Zukowski e Cj Carr, foi capaz de aprender as técnicas da banda de death metal Meshuggah e então reproduzir o aprendizado em suas próprias composições no álbum Inorganimate. Impressionantemente, todas as faixas, apesar de cruas e de qualidade lo-fi não soam como computadorizadas: pelo contrário, mais se assemelham a faixas demo ou gravações de performances ao vivo orgânicas.

Zukowski e Carr defendem que a utilização de Deep Learning é “importante para gêneros modernos de música como Black Metal e Math Rock, que utilizam de timbre e tempo como ferramentas composicionais”. Isto é, a manipulação dos elementos de timbre e tempo da música pode criar novos caminhos para a criatividade e para a indústria musical.

O projeto Dadabots abre horizontes muito maiores para a produção musical, e embora defendido por seus engenheiros como uma ferramenta para artistas humanos, ainda pode ser visto como competidor – como define o jornal independente americano The Outline.

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Ouça as incríveis (assustadoras?) produções do sistema de algoritmos:

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