Entre Cabos e Amplis # 10 – Melhores pedais compressores para contrabaixo

Nesses dez anos tocando em bandas da cidade de Santos e trabalhando em alguns estúdios fui aprendendo algumas sacadas. Uma delas é porque as notas do baixo pareciam sumir em certas frequências no meio de algumas canções.

Quando eu não tinha muita experiência sempre achava que o problema era o instrumento e então quando fui testando baixos de primeira percebi que o problema não era esse. Faltava algo que fizesse qualquer nota do baixo ser ouvida com a mesma dinâmica e no mesmo volume.

Saquei que quando você usa um compressor é como você dissesse para o roadie – “Cara, quando eu for tocar as oitavas aumente o volume do bass. E quando eu voltar para as notas tônicas volte o volume ao normal”.

Sacou como isso seria impossível? Eis que conheci os pedais de compressão.

Listei abaixo os três pedais que considero ser os melhores para cumprir essa função de ‘aumentar o volume e cumprir a dinâmica’ da música na hora certa:

MXR M87 Bass Compressor

Na minha humilde opinião o barato de usar esse compressor da MXR é o pequeno monitor de led que indica o nível de gain que você está tirando do instrumento. Honestamente nunca tinha encontrado um pedal com essa função, com essa disposição de te mostrar um ‘gráfico’ pra deixar as coisas mais fáceis pra gente.

Quem usa o MXR M87 Bass Compressor diz que você ‘garante uma qualidade de estúdio’ nas notas. Ou seja: é como se você estivesse ouvindo cada nota em um disco gravado e no seu melhor fone de ouvido – onde será capaz de ouvir tudo e todos.

Quem usa: Billy Sheehan. Baixista super renomado internacionalmente falando e que já tocou com o Steve Vai.

Markbass Compressore

Esse pedal é bem mais caro que o anterior. E sua grande diferença está em ser um pedal valvulado. Ele é realmente um trambolhão. E pra gente que está acostumado com os pedais da Boss, que são alimentados geralmente com fontes de 9V, teremos um problema de alimentação aqui, porque ele é alimentado por fontes de 12V de 600Ma.
Esse é o preço que se paga pela qualidade do Markbass. E fica o aviso: usar baterias nele não é uma boa escolha. Justamente por conta da alimentação.

Voltando ao assunto da grande diferença ser a válvula é porque ela ‘aquece o som’. Conforme a válvula aquece dentro do pedal torna o som mais orgânico, diferente do pedal digital MXR M87 que eu citei lá em cima.

O digital é mais preciso, mas isso também significa ser mais robótico. O analógico é mais orgânico e tem uma ‘certa sujeira’ no som que eu particularmente adoro.

Eu não posso dizer que um é melhor do que o outro. Afinal música é uma coisa muito pessoal.

Esse é um pedal que terá um melhor resultado quando usado em caixas 4×12 ou maiores. Em caixa menores não terá um grande efeito e você poderá achar uma porcaria por conta dos certos ‘ruídos’ que o pedal transmite.

Quem usa: Maurizio Rolli. Honestamente não sei quais bandas ele toca. Ele é um artista famoso na Itália (a marca é italiana!) por causa das suas técnicas com o baixo.

Boss LMB-3 Bass Limiter/Enhancer

Claro que não dava pra falar dessa pequena lista sem citar a Boss. A marca simplesmente é a mais popular em desenvolver esse tipo de equipamento para músicos e por isso cabia um lugar aqui pra ela com o Boss LMB-3 Bass Limiter.

E é como eu estava falando: é popular. Isso significa que comparado a preços dos outros pedais que eu mencionei esse é mais barato, mas que cumpre a função de forma digna e que não deixa ninguém na mão – Até hoje eu me pergunto por que raios eu vendi o meu!

Como os outros você pode ajustar o nível de entrada e saída e a compressão que ele deve cumprir nas dinâmicas das suas notas. Mas, é claro, sem um led que te mostre isso. Você vai precisar confiar no seu tino – ou ele vai aumentando conforme você vai usando.

Um grande diferencial que precisa ser dito aqui é que esse pedal não tem um knob para controlar o attack. Isso pode ser um problema pra muita gente, porque quando você usa esse pedal em comparação aos outros vai perceber que o attack dele é menor e isso fará você ter que explorar outros recursos na sua forma de tocar.

Mas esse não é um grande problema. É algo que pode ser manobrado com perfeição e com técnica.

Quem usa: Richard Bona. Conceituadíssimo baixista norte americano de jazz e folk.

Essa pequena lista foi baseada nas minhas próprias experiências musicais. Se você discordar dela em algum ponto deixe nos comentários, okay?