DAVID RANGEL
Em 2006, eu esbarrei pela primeira vez com uma cabeça de 100 Watts. E como todo guitarrista aquela foi a visão do céu pra mim. Estava aprendendo a tocar e tudo era uma grande novidade e ver um half stack prontinho e novinho na minha frente me fez sonhar eternamente com aquele tipo de equipamento.
Naquela ocasião era um simples Marshall MG de 100W com um gabinete angulado também da Marshall. Era um modelo 4×12 com alto-falantes Celestion G12E60. Aquilo foi apaixonante.
O tempo passou e tive a oportunidade de conhecer bastante coisa diferente em estúdios de Santos e, principalmente, de tocar em amplificadores valvulados. Quando chegou esse período o senso crítico naturalmente foi aumentando e com ele as questões.
Por que usar um amplificador de 100 Watts se a gente não consegue usar os benditos 100 Watts?
Não dá pra usar realmente sem um atenuador legal nesses amplificadores e também a escolha da melhor amperagem – coisa que gente pode conversar aqui no próximo post.
Esses modelos de 100, 100 e poucos watts e até mais, foram criados em uma época onde não se microfonavam os equipamentos. Então, você tinha que aumentar para valer. Diferente de hoje onde tudo é microfonado.
Foi quando em uma conversa de estúdio fui apresentado aos mini amplificadores. Conheci e pude usar três que gostei bastante: O Vox Night Train, o Orange Tiny Terror e o brazuca Mini Sollo 8.
A vida mudou bastante. Porque passou a ser possível usar o volume no talo e fazer as válvulas fritarem a ponto de tornar o som da guitarra genuinamente natural – Aquele overdrive natural que surge quando você aumenta no talo um amplificador valvulado que está usando um canal limpo.
Vox Night Train
Com apenas 15 Watts de potência esse menino fala. Nas suas equalizações ele usa dois principais controles, o Bright e o Thick. Na primeira opção você terá o “modelo Vox de uso”: a chave desliga os comandos de equalização de médio, grave e agudo e coloca gain. Aí você tira o verdadeiro timbre Vox.
Na segunda opção você tem os comandos de equalização de volta e aí o piloto é seu para comandar a festa de acordo com o timbre que você gosta.
Por ser pequeno, ele é ignorado por várias pessoas. Até você ligar um e ver do que ele é capaz. Vale a pena investir nele.
Orange Tiny Terror
Nunca havia tocado em nada da Orange antes. Depois de usar esse cara eu fiquei completamente apaixonado pelo som. Hoje, um dos meus maiores sonhos é ter um half stack da Orange.
O Tiny também tem 15 Watts e tem uma chave seletora pra você alterar ele para 7. Realmente pra você fritar as válvulas!
Nele você não terá controle de médio e agudo, mas sim knobs que vão mostrar tom gain e volume. Fim de papo. Porque ele basicamente é um conceito da Orange. Ou seja, o melhor da marca em versão compacta.
Quem conhece o timbre já entendeu o que tem nas mãos com esse “terrorzinho”.
Mini Sollo 8
Por último, mas não por isso menos importante, temos o Mini Sollo 8. A marca é brasileira e tem criado coisas bem interessantes, como esse mini.
Eu tive a oportunidade de usar esse ampli algumas vezes em estúdio e em show e ele me surpreendeu! O timbre a qualidade do acabamento me fizeram ficar de queixo caído e perceber que dentro do Brasil tem bastante coisa boa.
A principal vantagem em relação aos outros dois mini amplificadores que eu citei é porque esse tem um canal clean. Coisa que o Tiny Terror e o Night Train não tem.
Claro que aqui pra poder tocar ele legal eu precisei colocar um microfone no show. Pois sua potência é bem menor do que os outros que citei.
Mas nada como um SM 57 não resolva, né?
Obs: Todos os amplificadores citados aqui são valvulados.
A gente se vê aqui na semana que vem falando mais sobre aparelhagem na Entre Cabos e Amplis.
Até!