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Crédito: Marcelo Davera

Entrevistas

Boka, baterista do Ratos de Porão, promove workshop no Sesc Santos neste sábado

Mauricio Alves Fernandez, o Boka, começou a tocar bateria aos 16 anos, em Santos. Baterista do Ratos de Porão desde 1991, ele também possui fortes laços com a região. Antes de assumir as baquetas de uma das maiores bandas de punk rock do Brasil, Boka ocupou a mesma função no Psychic Possessor, um dos nomes mais respeitados do cenário santista.

Um pouco dessa longa trajetória será contada neste sábado (7), às 17h, na Comedoria do Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida). Ademais, Boka também mostrará sua técnica no workshop. Em suma, as inscrições estão abertas e custam entre R$ 3,00 (credencial plena do Sesc) e R$ 10,00 (inteira).

Para aquecer o público para o workshop, trocamos uma ideia com o Boka sobre o Ratos de Porão, João Gordo, Periferia S/A, turnê na Europa com O Inimigo, Pecúlio Discos (selo que criou para lançar nomes de hardcore e thrash), além de uma nova banda do músico.

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Ratos de Porão

“O Gordo ficou praticamente três meses internado por causa de uma pneumonia grave, um tempão na UTI, bastante debilitado. Fizemos alguns shows sem ele pois tínhamos um compromisso de contrato, venda de ingressos. Como o Jão é o vocalista original do Ratos, o público respeita muito. Ficou algo inédito, então rolou legal. 

Vamos voltar neste ano. Temos um show em São Paulo, no fim de março. No dia 4 de abril vamos tocar em Portugal. Em maio e junho temos alguns shows por aqui, estamos agendando.

Gravar não sei se vamos conseguir neste ano. Depende de uma série de fatores. Estamos querendo compor, temos algumas coisas que a gente compôs no ano passado”.

Banda nova em Santos

“Conta com um time especial, de bastante talento. Tem o Marcão, que tocou comigo no Safari Hamburguers, no vocal e guitarra, o Nando Zambeli, que foi guitarrista do Garage Fuzz, além do Gabriel Imakawa, do Jerseys, no baixo. 

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Toquei hardcore, thrash e punk a vida inteira, então precisava de uma banda com uma coisa nova. Juntei essa galera super talentosa. Estamos na fase embrionária, compondo, definindo um estilo, uma linguagem. Não sei quando a galera vai poder ouvir algo nosso. 

O nosso rock é bastante variado. Tem um pouco de influência dos anos 1970, grunge, indie rock, stoner. As influências são variadas. Parece bastante homogêneo já, apesar de ainda estarmos buscando uma linguagem. É um som pesado com melodia nos vocais, mas uma sonoridade completamente diferente”.

Boka e a Pecúlio Discos

“Não entrei muito nessa onda do digital. Os lançamentos da Pecúlio são uma parceria. E as bandas que estão no selo, elas já tem o negócio delas no Bandcamp, Spotify, Deezer. Não tem porque eu fazer isso por eles. O selo é pequeno demais para querer vender as bandas digitalmente. Quero dar essa liberdade para eles.

O mercado encolheu bastante, tem seus fãs, mas não dá para vender como antes. Hoje em dia a Pecúlio é mais uma loja virtual do que um selo”.

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Workshop do Boka no Sesc

“Não é só para quem é baterista. Eu toco bateria, converso com o pessoal, conto como de maneira autônoma construí meu estilo, reconhecido internacionalmente. Falo do cenário independente, como as bandas fazem shows, lançam discos, além das minhas histórias com o Ratos. 

Tem a parte técnica, mas tem toda essa parte que qualquer pessoa pode curtir e interagir. Tem muita coisa que vivi que as pessoas não têm conhecimento. Tenho mais de 30 anos de bateria e está na hora de compartilhar esse conhecimento”.

Turnê com O Inimigo na Europa

“Recebi esse convite do Juninho, que toca comigo no Ratos. O baterista deles não poderá excursionar com eles na Europa. Como já vou fazer o show com o Ratos em Portugal, fiquei muito feliz com o convite. Acompanho desde o primeiro CD, gosto muito. Eles têm essa influência de post hardcore de Washington DC. É diferente do que estou acostumado. Acho que será uma experiência bem legal”.

Periferia S/A, o retorno

“Fui convidado pelo Jão no período que o Ratos estava parado. Vou tocar com eles. É bem legal, punkão cru dos anos 1980. Tenho contato novamente com o Jabá. Tocamos juntos no início. Não sei se vai gravar alguma coisa, mas se o Jão disser que sim, nós vamos juntos”.

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