O nome pode soar estranho, o rosto nem tanto. A cantora holandesa de jazz Eva Scholten, que se apresenta hoje, a partir das 21 horas, na Comedoria do Sesc, é integrante e arranjadora do grupo vocal YesSister, JazzSister. Também participa do projeto de jazz cigano Eva sur Seine e da banda norueguesa Jazzbanditt.
Se os nomes dos projetos da cantora ainda não parecem familiares para você, faça uma busca no Google. Dois dos vídeos mais populares do YesSister, JazzSister são as versões de Bad Romance (Lady Gaga) e Iris (Goo Goo Dolls).
A apresentação no Sesc, no entanto, não trará nada do seu extinto projeto. O foco está na carreira solo e nos clássicos do jazz. Ela sobe ao palco acompanhada por Bina Coquet e Fernando Seifarth (violões ciganos), Ernani Teixeira (violino) e Gilberto de Syllos (contrabaixo acústico).
“Vai ser uma parceria muito especial para mim. Os músicos que tocam comigo são ótimos instrumentistas. Todos sabem bem o repertório de Django Reinhardt (jazzista belga radicado na França). Esse set list é composto por uma grande lista de standards de jazz e composições de Django Reinhardt. Fazer releituras dele torna muito fácil uma excursão pelo mundo. Posso fazer jam com pessoas que nunca vi na vida, mas quem sabe tudo direitinho”, comenta a cantora, que respondeu a entrevista na estrada, enquanto vinha para Santos.
Sarah Vaughan, Julie London e Ella Fitzgerald são as grandes influências de Eva, mas ela afirma que escuta sons de muitos amigos, como Cyrille Aimee, Stian Vagen Nilsen e Thomas Baggerman. “Adoro ouvir compositores e intérpretes de várias parte do mundo”.
Carinho pelo Brasil
Pela primeira vez no Brasil, Eva, assim como quase todo jazzista, nutre um carinho especial pela música brasileira. No You Tube, por exemplo, é possível ver a holandesa cantando uma versão em inglês de Chega de Saudade, de Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim, mas imortalizada com Elizeth Cardoso e João Gilberto.
“Estou muito animada para ver uma parte do seu belo país e conhecer todos os meus amigos de jazz cigano, além de fazer novos também. Acho que a música brasileira tem uma grande influência sobre a forma como os músicos daí se aproximam dela. Como uma cantora europeia típica, isso é muito interessante para mim”.
Acostumada com o cenário musical de Amsterdã, que é uma salada sonora, com muitos DJs, bandas de hardcore e punk rock, Eva afirma que o jazz não alcança um status maior na capital. Nada que a incomode.
“Tem tanta música em Amsterdã que você mal sabe para onde ir. Para o jazz, infelizmente, sobram alguns cafés e bares, nada muito grande. Os locais maiores são reservados para os grandes artistas, do mainstream. É difícil tocar lá nesses espaços”.
Após concluir sua turnê solo, Eva não descarta um retorno do YesSister, JazzSister. “É um belo projeto que mantivemos por oito anos, com quatro cantoras e quatro instrumentistas, que viajávamos e tocávamos juntos o tempo todo. Chegou o momento de testarmos algumas coisas novas, mas quem sabe um dia não retornamos e podemos vir para cá no futuro”.
Ainda há ingressos disponíveis para o show de Eva Scholten no Sesc. Eles custam entre R$ 5,00 (credencial plena) e R$ 17,00 (não sócios).
O Sesc fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida. Mais informações sobre a apresentação pelo telefone 3278-9800.