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Mulheres à Frente da Tropa: um olhar nos bastidores do novo videoclipe do Ira!

*Fotos – Raphael Dutra
A banda Ira! lançou, no último domingo (10), o clipe Mulheres À Frente Da Tropa. A música faz parte do novo álbum homônimo, Ira!, o primeiro de inéditas 13 anos. 

Mulheres À Frente Da Tropa, além de marcar a volta da banda, é uma bela homenagem à todas as mulheres. A música representa em seus versos a força feminina. “Elas não temem, o covarde opressor. Elas não fogem do perigo da dor”, canta Edgard Scandurra. A canção escrita por ele é composta por um coro só de mulheres. Entre elas Virginie Boutaud, da banda Metrô. 

O clipe por sua vez se une aos versos de luta, mostrando a diversidade e sororidade feminina. Dirigido e produzido pela santista Luciana Sérvulo da Cunha, a maior parte da equipe foi composta por mulheres. Na produção, direção de arte, fotografia, figurino, edição… 

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No elenco havia representantes do MSTC, MTST e MST. Ativistas e líderes comunitárias como a indígena Guarani Sônia Ara Mirim. Artistas, tal qual a bailarina Sandra Miyazawa. Há também presença de figuras marcantes nas pinturas destacadas no clipe. Marielle Franco, Dandara, Petra Ferreira… Estudantes, crianças, adolescentes, trabalhadoras, mulheres. Todas reunidas na frente e atrás das câmeras.

Bastidores de Mulheres à Frente da Tropa

A diretora Luciana Sérvulo da Cunha não era a única santista nos bastidores. Eu tive a oportunidade de ver de perto as gravações. O clipe foi gravado em São Paulo antes da quarentena começar. 

Trabalhei como assistente de arte nos três dias de filmagem. Ou seja, ajudei a providenciar e criar alguns dos objetos de cena. Como por exemplo, a placa “Vote For Women”, carregada pela sufragista. Ou os belos cataventos e sua floresta de arames.

Todos feitos junto à equipe de arte dirigida por Patrícia Scótolo. A criação da floresta de cataventos, idealizada por Patrícia, foi a mais difícil e gratificante. Para criarmos a peça tivemos que subir e descer cerca de 14 andares mais de dez vezes.

Desafios

O sol não colaborou, o calor estava escaldante. A escultura ficava no topo do prédio da Ocupação 9 de Julho, onde a maior parte do clipe foi gravada. A altura dali causava tontura até em quem não sente medo. Detalhe, não havia parapeito. Ainda assim o trabalho em equipe resultou em uma peça única e linda. Um orgulho para a equipe de arte. 

Depois de enfrentar o sol e a altura, foi a vez do fogo. Algumas das cenas foram gravadas no Minhocão. Para gravá-las as atrizes e figurantes tinham que caminhar em meio a névoa. Para isso tínhamos vários bastões de fumaça. Então, eu e algumas meninas da equipe, fomos no meio do grupo para soltar a fumaça.

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Quando começaram a gravar, acendi os bastões e tentei escondê-los. Coloquei a mão para trás, assim eles não apareceriam na câmera. Não deu nada certo. O bastão começou a soltar fogo. As mulheres a minha volta falavam “seu cabelo, vai queimar”. Tirei correndo o bastão das costas, soprei e taquei longe. O fogo sumiu e ninguém se machucou. A cena ficou linda e com certeza inesquecível para mim. 

Outro momento marcante foi ter visto uma mulher voar! A artista Sandra Miyazawa é especializada em aparelhos aéreos e performances em grandes alturas. Muito conhecida por sua arte, ela é a dançarina que aparece voando no clipe. 

Para as suas cenas Sandra voou com a ajuda de um guindaste. Presa pelo fio do equipamento, a artista fez sua apresentação no céu várias vezes. Sua performance inspiradora, cheia de coragem, arrancou suspiros. A parte mais emocionante foi quando Sandra estava no meio de uma roda de mulheres, na qual eu estava. Todas cantamos o refrão da música enquanto ela levitava. “Mulheres à frente da tropa”, cantávamos ao olhar a bailarina dançar no ar.

Significado do clipe

O voo de Sandra, o giro do catavento, o grito das mulheres… A representação da liberdade. 

O clipe escrito por Edgard e Luciana é um conto de amor, luta, independência. 

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A história acontece no sonho de uma senhora. Enquanto ela cochila, imagina mulheres de diferentes idades e raças caminhando para seus destinos. Há até figuras de outras épocas, como a sufragista americana. 

Nesse sonho, todas caminham juntas e no final observam a bailarina voar. A dançarina é um sinal de libertação nos olhos dessas mulheres. É o sonho de todas nós. O desejo de igualdade, união, compaixão. No final do clipe, quando a senhora acorda e olha pela janela em busca da bailarina, representa sua esperança. É a dança e luta de mulheres que estão diariamente à frente da tropa.

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