A banda Erodelia tem lá seus dez anos de estrada. Começou com um grupo de garotos que queria tocar ao estilo de suas influências: Black Sabbath, AC/DC, KISS, Metallica e outras que ainda trafegam no universo do rock desde os anos 1970/1980.
Hoje, após mudanças na formação, a Erodelia é um nome consolidado na cena roqueira da Baixada Santista. E acaba de lançar um álbum homônimo, o que a banda considera o seu primeiro disco, com dez faixas, quase todas inéditas, a não ser uma releitura de uma música do trabalho inicial – a balada Esperar por Você. Sim, antes, já havia três EPs lançados (dois físicos).
Enquanto faziam covers, compunham com a mesma voracidade. O som é autoral com pegadas hard e heavy ao estilo que todo roqueiro gosta de ouvir. Yan Cambiucci, guitarrista, e Heitor Jabbur, baterista, contam um pouco dessa história.
Vamos iniciar por uma pergunta que muita gente se faz: por que Erodelia? Aliás, quando e como a banda começou?
Heitor Jabbur: o nome Erodelia veio do pai do primeiro guitarrista, Ariel. Ele gostava de mitologia e sugeriu esse nome. A banda começou em 2010, com o Caio (único da formação original) como vocalista e guitarra base e o Ariel na guitarra solo. Eles já tinham outra banda juntos e a partir daí começaram a Erodelia, com o Maurício Teles no baixo e o Diego Azama na bateria. Com a ideia de fazer um rock em português e que soasse gringo.
Conheci a banda fazendo bons covers de grupos que marcaram época. Desde quando surgiu a proposta de fazer um som autoral?
Yan Cambiucci: A Erodelia desde o seu primeiro dia tinha um som autoral como foco principal.
As influências de vocês são conhecidas (Sabbath, AC/DC, Metallica, Kiss), mas optaram pelas letras em português. Casou bem com a proposta da banda?
Heitor: Acredito que casou muito bem. Temos bons feedbacks sobre as letras, de gente que está mais acostumada a ouvir rock em inglês.
Quem compõe as letras e músicas?
Yan: as letras em sua maioria são do Caio (vocalista) e os instrumentais são meus. Nesse último disco, porém, todos participaram de forma muito ativa tanto nas letras quanto nas músicas.
A banda acaba de lançar o disco físico Erodelia, com dez faixas. Quais foram os outros trabalhos do grupo? Há uma diferença entre eles?
Heitor: Temos o EP Santa Madeira, outro EP chamado Me Segura, Neném e quatro singles. Dois foram lançados sem entrar em nenhum desses trabalhos, o Despedida de Donzela e Fora da Lei.
Yan: Há uma evolução natural de um disco para o outro. Nesse último trabalho enxergamos as letras, composições, e até mesmo a produção, muito mais maduras e com muito mais peso, além de terem uma carga emocional muito mais intensa, abordando temas como a solidão, e suas várias formas positivas e negativas de manifestação. Sermos artistas fazendo, de certa forma, uma arte transgressora, indo contra os padrões pops atuais, entre outros…
Do que tratam as letras?
Heitor: As letras falam da vida. Especificamente das nossas. No começo, as letras vinham só do Caio (vocalista). Nesse álbum, toda a banda contribuiu bastante e, de certo modo, descrevemos tudo o que estávamos passando no período. Foi uma época difícil pra banda.
O álbum em si foi bem trabalhoso de finalizar. Ficamos muito felizes e gratos de poder ter feito algo assim e esperamos que as pessoas possam sentir isso e que até ajudem de alguma forma.
O que inspira a Erodelia?
Yan: A vida e a música, poderiam ser uma boa resposta, mas quando aplicadas ao âmbito de criação. Porém, o que nos move é a ligação com o nossos fãs, o calor humano, em resumo, a sensação violentamente forte e única de se fazer um show e marcar quem somos neste mundo!
Como ficaram os planos de vocês com a quarentena?
Heitor: Os planos com certeza mudaram. Mudaram pra todo mundo né? Estávamos preparando uma festa de lançamento do álbum e já pensando em tour e gigs (apresentações) com outras bandas e rapidamente mudou tudo.
Agora estamos trabalhando bastante no Instagram! Fica até o convite: toda terça e sexta estamos fazendo lives, abordando diversos tópicos, desde a banda em si, até questões técnicas, memes, instrumentos e afins.
Também estamos preparando vídeos como se fossem lives, tocando nossas músicas e, além disso, preparando um videoclipe no clima da quarentena, com todos em suas respectivas casas, fazendo o que costumamos fazer (inclusive loucuras) e contando com a participação dos fãs também, que enviaram seus vídeos malucos pra gente!
Antes da pandemia, como estava o cenário musical em Santos e particularmente para o tipo de som que vocês fazem?
Yan: Praticamente neutro, existem sim bandas muito boas do nosso estilo, de amigos muito queridos, inclusive. Mas sem muito rodeio, não há mais casas de show (com ou sem qualidade/estrutura) para se tocar, principalmente autoral, na região.
A banda é Caio Del Lucchesi (vocal), Yan Cambiucci (guitarra solo), Danilo Zaffani (guitarra base), Erick Ajifu (baixo) e Heittor Jabbur (bateria).
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