Joey Belladonna fala sobre relacionamento com integrantes do Anthrax, novo álbum e Donald Trump

Joey Belladonna fala sobre relacionamento com integrantes do Anthrax, novo álbum e Donald Trump

A grande expectativa, amanhã, no Allianz Parque, em São Paulo, estará pela apresentação da nova turnê do Iron Maiden, um dos maiores nomes da música em todos os tempos. Mas a banda responsável pela abertura não deixa por menos. A americana Anthrax é uma das quatro integrantes do Big Four of Thrash, nomenclatura que contempla quatro dos fundadores e responsáveis pela popularização do thrash metal no mundo, ainda no início dos anos 1980: Megadeth, Metallica, Slayer e Anthrax.

Mas mais do que acompanhar o Anthrax em plena forma, com álbum novo – For All Kings foi lançado no final de fevereiro, os fãs poderão ouvir o vocalista responsável pelo melhor momento do grupo, Joey Belladonna.

Ausente da banda entre 1992 e 2005 e 2007 até 2010, Belladonna esteve à frente do Anthrax durante o maior sucesso comercial, com os álbuns Among the Living (1987), State of Euphoria (1988) e Persistence of Time (1990).

E o motivo de sua saída do Anthrax, em 1992, é um mistério até hoje para o vocalista. Mas ele não guarda rancor da situação, apenas quer curtir os bons momentos com Scott Ian, Frank Bello, Jonathan Donais e Charlie Benante.

“Não foi minha culpa deixar a banda. Eles quiseram fazer uma mudança de alguma maneira. Dinheiro, estilo ou sei lá por qual motivo. Nunca entendi. Foi uma perda de tempo para mim. Mas você volta. Eu gosto de ser cantor, gosto de tocar com eles, fazer música com a banda. Foi triste ter saído, mas quero pensar apenas nos bons momentos que estamos vivendo”, declarou Belladonna em entrevista exclusiva para A Tribuna, concedida por telefone, enquanto aguardava o show em Fortaleza, realizado nessa quinta-feira.

Uma das novidades na atual turnê do Anthrax está na guitarra. Rob Caggiano saiu e deu entrada a Jonathan Donais, da Shadows Fall. Nenhuma mudança significativa, segundo Belladonna.

“Jon foi uma grande aquisição para a banda. Quero dizer, foi um processo fácil traze-lo para o Anthrax. A gente está muito bem na banda agora. É difícil comparar um ao outro, qual é o melhor. Não existe muita diferença entre eles, as músicas são executadas excepcionalmente bem por ambos”.

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For All Kings, que deve ter algumas canções inseridas no repertório, segundo Belladonna, representa um momento tranquilo e produtivo dos integrantes. “O álbum tem boas ideias com os vocais. A gente se divertiu muito. Foi uma boa oportunidade de fazer algo grande, sem estresse, desafiador, estar no comando e fazer outra grande gravação. A melhor parte disso é a música, está ótima”, opina o frontman.

Questionado sobre o nome do álbum, o vocalista disse, aos risos, não ter a mínima ideia do que se trata. “Você pode interpretar da sua maneira, porque isso pode ter diferentes significados para as pessoas”.

Uma das canções de For All Kings, Evil Twin, aborda o ataque sanguinário ao jornal francês Charlie Hebdo, ocorrido no ano passado. A letra, no entanto, segue atual para os últimos ataques, diz o vocalista. “Fazer uma música sobre a vida tem um significado. Às vezes não sei, você tenta passar uma ideia, colocar algo que lhe incomoda em uma música, Tenta alcançar as pessoas de uma certa maneira”.

Belladonna também relembrou o ataque na casa de shows Bataclan, em Paris, quando terroristas mataram 90 pessoas durante apresentação do Eagles of Death Metal.

“É terrível! Ninguém quer ouvir isso, é algo que não podemos imaginar. Foi um dia muito triste. As pessoas estavam apenas tentando tocar uma boa música e o público curtir aquele momento. Foi uma vergonha”.

Antenado com o cenário político norte-americano, o vocalista ironizou o pré-candidato republicano Donald Trump, conhecido por ataques aos imigrantes. “Infelizmente, ele acaba sendo divertido. Tento levar este tipo de pessoa a sério, mas é difícil. Está fora de nosso controle. Donald Trump é engraçado, no pior sentido. Ninguém gosta dele, né?”, disparou.