RISE AGAINST – WOLVES (Lupa Charleaux)
A cada trabalho o Rise Against se mostra mais politizado e engajado com diversas causas. E ao mesmo tempo, sua sonoridade se torna mais pop. Todos esses elementos estão presentes nas 11 faixas de Wolves. O álbum mescla mensagens politizadas e temas mais pessoais, porém se afastando cada vez mais do hardcore que fez a banda conquistar muitos fãs.
Escrito próximo da eleição de Donald Trump, o material tem letras que revelam os sentimentos de alguns americanos em relação ao novo presidente. Mourning In Amerika e Bullshit são ótimos exemplos. Já Parts Per Million, resgata o assunto do aquecimento global, uma das causas defendida pelo grupo.
Far From Perfect é a melhor faixa “não-politizada” do disco, pois aborda um tema interessante: autoaceitação. Talvez, esse seja o maior destaque deste álbum que não mostrou uma grande evolução musical do Rise Against. E pelos assuntos colocados em destaque, poderia ter um pouco mais do “verdadeiro hardcore politizado”.
ALL TIME LOW – LAST YOUNG RENEGADE (Danielle Cameira)
O Last Young Renegade foi lançado no último dia 2, mas é tão gostoso de ouvir que ainda vale a resenha. Pois bem, para aqueles que adoram o som alegre do All Time Low de álbuns como o Future Hearts (2015) e Don’t Panic (2012), o novo trabalho está diferente. Mais obscuro, com músicas mais lentas e letras mais pessoais, as dez novas músicas dos meninos realmente surpreenderam.
O álbum já começa com tudo. A música que dá nome ao disco é romântica e divertida. Antes do refrão começar, você já se pega cantando We said forever but forever wouldn’t wait for us.
Vale a pena ouvir Drugs & Candy, Dirty Loundry, Good Times, Nightmares e Nice2KnoU, que é bem animada. Ground Control também é incrível e merece destaque. Ao invés de guitarras, a músicas tem uma batida eletrônica leve e muito agradável e conta com a participação de Tegan e Sara, uma dupla indie canadense composta por duas irmãs gêmeas com vozes muito doces.
CHUCK BERRY – CHUCK (Lucas Krempel)
Quem acompanhou as notícias dos últimos anos de vida do lendário guitarrista Chuck Berry, jamais imaginaria que ele seria capaz de deixar um disco tão bacana. Chuck, o primeiro álbum de inéditas desde 1979, chegou às lojas e plataformas de streaming na última sexta-feira (9),
Para alcançar tão feito, Chuck Berry contou com várias participações especiais, além de uma banda para lá de íntima. Seus filhos Charles (guitarra) e Ingrid (gaita e voz) e o neto Charles Berry III (guitarra) dão o suporte necessário em todo o disco. Tom Morello (Rage Against the Machine, Audioslave e Prophets of Rage) e Nathaniel Rateliff dão as caras em Big Boys, enquanto Gary Clark Jr garante um tempero interessante em Wonderful Woman.
Chuck não tem nada de inovador (e nem queríamos isso). Soa mais como um tributo ao legado de Chuck Berry. Boa parte do repertório foi preparado nos anos 1980. As gravações foram feitas aos poucos, do início dos anos 1990 até 2014.
Big Boys e Lady B. Goode (uma homenagem à esposa) vão trazer boas lembranças para os fãs mais saudosistas de Chuck Berry. Uma bela despedida do músico que nos deixou há quase três meses.
VOLUMES – DIFFERENT ANIMALS (Danielle Cameira)
Se você já gostava dos breakdowns do Volumes antes, o Different Animals fará você se apaixonar. O primeiro álbum de estúdio lançado pela Fearless Records, com seu novo vocalista, Myke Terry, veio para ser ouvido no volume máximo.
Os caras são os expoentes do djent no metalcore, suas guitarras e brakdowns são incríveis. Por isso, vale muito a pena ouvir músicas como Disaster Vehicle, On Her Mind e Hope (com partes cantadas em ritmo de rap), Pieces e Heavy Silence.
Feels Good foi o primeiro single do álbum e continua como uma das melhores músicas deste disco. É para ser cantada como um hino. Realmente demais. Outra ótima música é Finite, que já ganhou até clipe.
RANCID – TROUBLE MAKER (Lucas Krempel)
A missão não era nem um pouco difícil: Apresentar um trabalho mais empolgante que Honor is All We Know (2014), último disco de estúdio. Trouble Maker consegue ir um pouco mais além, é o melhor álbum do Rancid desde Indestructible (2003).
É unanimidade? Não. Muitos fãs se queixam que falta originalidade e evolução do trabalho dos caras. Outros apontam Trouble Maker como um disco que funciona apenas quando o guitarrista Lars Frederiksen é o protagonista.
O skazinho Where I’m Going, com Lars no vocal, e Buddy, com Tim na linha de frente, são os dois sons mais empolgantes do álbum.
Mas você deve estar se perguntando: O que o Rancid trouxe de novo? Quase nada! Tudo que está em Trouble Maker já foi trabalhado de alguma forma em outros lançamentos. Mas manter-se fiel ao que acreditam é o grande mérito. Tim Armstrong, Lars Frederiksen, Matt Freeman e Branden Steineckert não se renderam a inovações ou batidas mais pop. Longe disso!
O vocal rouco de Tim Armstrong já dá sinais de que não deve durar muito. Para que some a cada disco um pouco mais. Mas nada que incomode os fãs.
Bovver Rock and Roll, Ghost of a Chance e Say Goodbye to Our Heroes também mostram um som consistente e empolgante para os fãs mais antigos.