Roger Waters – Is This The Life We Really Want? (Victor Persico)
Roger Waters dá as caras, finalmente, com o seu quarto álbum de estúdio Is This The Life We Really Want? Cheio de críticas, protestos pontuando a atual presidência norte-americana, Roger Waters parece que vomita em forma de poesia palavras que estão entaladas na garganta de várias pessoas ao redor do mundo. Usando o termo Nincompoop (imbecil, cretino) para Donald Trump, a faixa-título faz aquela pergunta aos seus fãs: Esta é a vida que realmente queremos?
Lembrando que Trump não foi o único chefe de estado a levar uma crítica do Floydiano. O presidente do Brasil, Michel Temer, também foi alvo na página do Facebook do baixista, com o rosto ao lado da frase que dá nome ao disco.
Sendo um Animals 2.0, o álbum acaba sendo aquele dedo na ferida de toda tirania, corrupção e a falta de solidariedade com o próprio planeta. Até Deus não foi deixado de lado, já que na faixa Dèjá Vu, Waters canta “Se eu fosse Deus, com minha equipe e meu cajado, se tivesse a oportunidade, creio que teria feito um trabalho melhor”.
Enquanto isso deixamos Deus resolver as coisas e Water fazer um excelente trabalho.
Carbona – Rock n’ Roll High Skull Vol. 2 (Lupa Charleaux)
Comemorando 20 anos de estrada, o Carbona deu um lindo presente para os fãs: a coletânea Rock n’ Roll High Skull Vol. 2. O material com raridades e lados B possui 21 faixas registradas entre os álbuns Taito Não Engole Fichas (2003), Cosmicômica (2005) e Apuros em Cingapura (2006).
Disponível em todas plataformas de streaming, o disco apresenta para muitas pessoas algumas faixas que ficaram “escondidas” durante esse tempo. Fogueta, faixa que abre a coletânea, é um ótimo exemplo disso. Já Moly Ringwald e A Noite Eu Te Encontro no BG são umas das poucas músicas que os fãs do Carbona vão poder ouvir de um álbum que nunca foi gravado pela banda.
E quem gosta de “versões alternativas”, o Rock n’ Roll High Skull Vol. 2 tem várias e de muitos “clássicos” Principalmente segunda metade do disco que apresenta gravações feitas em ensaios. Ou seja, músicas ainda mais rápidas e “cruas” do que as versões dos álbuns. Se você acompanha o Carbona há muitos anos, esse material é obrigatório.
Dan Auerbach – Waiting On A Song (Pablo Mello)
O mais novo álbum solo de Dan Auerbach, Waiting On A Song, não inova sonoramente mas agrada. Com influências que permeiam dentre gêneros como indie, folk, rock e alternativo, o disco não é exatamente memorável.
Aparentando ser uma espécie de continuação do último álbum dos Black Keys, Turn Blue – especialmente a partir da quarta faixa (Shine On Me) – o álbum têm três faixas iniciais tediosas mas marca com canções como King Of One Horse Town e Never In My Wildest Dreams.
Em dado momento, o trabalho de estúdio também lembra o The Arcs (álbum anterior de Dan – lançado após o Turn Blue e sem o apoio de Patrick Carney). Isso ocorre especificamente em trechos de Cherry Bomb, por exemplo.
