EGLE CISTERNA
Com um som que mescla vertentes de rock alternativo e nuances psicodélicas, a banda santista Amphères lança o segundo EP, Dança, nesta sexta-feira nas plataformas digitais, como YouTube, Bandcamp, Spotify e Deeezer. O trabalho traz para o som referência das artes plásticas.
Com linhas de baixo bem marcadas e baterias vibrantes, que permitem explorar a pu-gência de guitarras com texturas harmônicas, loops, dissonâncias e ruídos diversos, o público pode conferir cinco faixas que tratam da liberdade humana. Os sons fortes contrastam com a voz suave e letras curtas que reforçam o tema principal do álbum.
A inspiração da banda para o novo trabalho veio do artista francês Henri Matisse. “Quando eu trabalhava na faixa Wax, me vinha muito o significado da dinâmica humana de liberdade, que eu tinha estudado em Matisse. A obra Ícaro estava muito presente e eu trouxe essa referência estética para o trabalho. E esse tema reflete em todo o EP”, conta a vocalista e baixista, Paula Martins, referindo-se à pintura neo-impressionista que retrata a queda do personagem da mitologia grega, que tentou fugir da Ilha de Creta criando um par de asas de cera e que terminou caindo no Mar Egeu.
Além das músicas, o título do EP e toda a identidade visual do trabalho conversam com a obra do francês. A artista Anna Brandão, que assina a capa, uso o quadro A Dança como referência. “Essa inspiração no quadro nos levou a ter um trabalho de releitura a partir de um texto dos conceitos da obra de Matisse. Esse foi o fio condutor”, explica a baixista.
Ela conta que o álbum é uma evolução do primeiro EP, Amphères, de 2016, lançado pouco depois da formação da banda. “Rapidamente, a gente gravou o primeiro trabalho (o EP Amphères), que foi um trabalho bem mais simples”, conta a artista. “Depois disso, veio um processo de amadurecimento e temos, agora, algo mais elaborado, maduro mesmo”.
A banda é formada por Paula, que divide os vocais com o baterista Jota Amaral e o guitarrista Thiago Santos. Os músicos tocavam juntos em outros projetos desde 2012 e, com a saída de um dos integrantes da última banda, eles resolveram continuar como um trio.
O show de estreia do EP deve acontecer em março, no Estúdio Aurora, na Capital, onde foi feita a gravação, que conta com a coprodução de Aécio de Souza. “A gente está muito feliz de tocar lá, que é um espaço bacana e uma referência legal para a gente, mas queremos também nos apresentar em casa”, conta ela, que procura um local para mostrar o trabalho nos palcos de Santos, onde nasceu a Amphères.
Enquanto isso não ocorre, os músicos não param de produzir. O foco agora é o clipe da faixa A Dança, que está em fase de pré-produção e pode ser conferido, em breve, no canal de YouTube da banda.
Enquanto Dança não chega nas plataformas digitais, ouça o primeiro trabalho da Amphères…