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Lollapalooza 2018 #03 – Nem Liminha Ouviu, rock na veia e na alma

Tatola Godas é um verdadeiro embaixador do rock nacional. Não só pelo seu trabalho na 89 FM, mas pelas bandas que tem e teve, além do discurso sempre forte, polêmico e defensor do gênero. Sua banda Nem Liminha Ouviu será a responsável pelo primeiro show do Lollapalooza 2018, que acontece entre os dias 23 e 25 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Em entrevista exclusiva para A Tribuna / Blog n’ Roll, Tatola voltou a falar sobre o rock, a expectativa pelo show no Lollapalooza, além de três apresentações imperdíveis para o público que vai curtir o festival.

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“O momento não é dos melhores faz tempo. Não é só comercialmente, mas artisticamente também. As bandas novas são fracas, tem algumas boas, mas são muito poucas”, comenta o músico.

Para ele, falta um apoio maior do rádio e televisão para o gênero voltar a ter força como em outros tempos. “Uma andorinha só não faz verão. A 89 sozinha não consegue fazer esse sucesso todo. Ela faz o movimento, mas o ideal seria que as bandas expandissem para outras rádios. Fazer programa de televisão, mas principalmente que as pessoas saiam de casa para ver um show de rock numa quinta-feira à noite”.

O atual momento político do País, segundo Tatola, deveria ser um incentivo para os universitários montarem suas bandas e opinarem sobre o assunto. “Eles tinham que estar envolvidos. As bandas tinham que cantar sobre isso, com vocalistas bons, que fizessem essa história acontecer. Falta muita coisa ainda”.

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Recentemente, o produtor Rick Bonadio, responsável pela produção de artistas como Charlie Brown Jr, CPM 22, Mamonas Assassinas, entre outras, declarou que o Brasil precisa de uma banda de nu metal, na linha do Limp Bizkit, para voltar a ter força. Mas o comentário não ganhou apoio do vocalista do Nem Liminha Ouviu.

“Não concordo com o Bonadio, dificilmente concordo com ele em alguma coisa. A história é outra, o mundo é outro. Hoje, o garoto do rock ou pop ganha um iPad, um computador legal e monta a música dele ali. Temos que nos adequar a esse momento. Acabei de chegar dos Estados Unidos e as bandas estão modernas, todo mundo tocando com um monte de estilo e coisa nova, uns instrumentos novos. Temos que nos adequar e deixar de ser careta”.

“Viva o rock”
Apesar do discurso forte, Tatola discorda que o rock tenha morrido, como muitos pseudo-especialistas têm afirmado nas redes sociais. Seus lemas, inclusive, sempre seguem essa linha, como “ouça o novo” e “viva o rock”.

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“O rock é uma coisa eterna. Não morre nunca, ele muda, se transforma. Igual um telefone celular ou um automóvel. As coisas vão mudando. Não que o antigo seja ruim, mas vira item de colecionador. É muito difícil ver hoje uma banda nacional com possibilidade de virar um Skank ou Paralamas, mas a gente vasculha. O próprio Lollapalooza tem a maior quantidade de artistas nacionais em suas edições”.

Mas se o nacional não está tão forte na opinião de Tatola, o cenário externo apresenta uma outra situação. “Está muito rico, com tendências de reggae, ska, além de eletrônico. É essa coisa do menino que usa um iPad ao invés de uma guitarra para fazer o seu som. O rock toca o dia inteiro nas rádios, nas lojas”.

Quem acompanha a Nem Liminha Ouviu sabe que o discurso do vocalista está de acordo com o que eles oferecem. A banda não se prende a rótulos e toca nos eventos mais diversos. Desde um show de hardcore até um festival mais eclético, como o Lollapalooza.

“A banda é o nosso futebol. Sabe aquele cara que fala para a mulher que vai jogar bola? Nós preferimos tocar. Nem Liminha fala de letras fortes, política, é engajada. O cara pode até não gostar do som, mas respeita a nossa mensagem, no mínimo”.

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O novo trabalho do Nem Liminha Ouviu deve contar com dez faixas e chegará ao mercado em outubro, segundo Tatola. “É extremamente político e com uma mensagem bem forte para um cara que votei a minha vida inteira e ele me traiu. Está explícito o que penso desse cara e não tem perdão. Estou sentindo uma raiva danada”.

Curiosidades

1. Nome curioso. O Liminha citado na banda é o nome do famoso produtor musical. “Nos anos 1980, o Brasil descobriu que o rock era uma música séria e popular; os grandes produtores da época, como André Midani, Roberto Augusto, Marco Mazzola, Mariozinho Rocha e Liminha não deram conta de ouvir tantos sons e vozes calados por décadas”.

2. Não Religião. Primeira banda de alcance nacional de Tatola, o Não Religião construiu uma história bem interessante nos anos 1980. Calcada no punk rock e no hardcore, a banda conseguiu vender mais de 300 mil cópias de seu disco. Muito da atitude e das letras da Nem Liminha Ouviu remetem aos tempos da antiga banda.

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3. Mais de 300 shows. Com o Nem Liminha Ouviu, Tatola já se apresentou mais de 300 vezes. Entre os shows de destaque estão a estreia no Na Mata Café, em São Paulo, em 2011, além de participações em festivais como o Lollapalooza e o Maximus Festival. A banda também abriu diversos shows internacionais de punk rock e hardcore.

Três shows indicados pelo Tatola

1. Milky Chance. No domingo, terceiro e último dia do Lolla, Tatola não estará presente no festival. Com programa na tevê, ele não conseguirá acompanhar as apresentações. Mas dois dos três shows indicados por ele acontecem nesta data. Um deles é o do grupo alemão Milky Chance, que reúne as características citadas por Tatola do rock moderno. O trabalho dos caras mistura um pouco do rock alternativo com batida eletrônica, uma pegada reggae e folk.

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2. Liam Gallagher. Ex-vocalista do Oasis, Liam Gallagher vem ao Brasil com o seu elogiado debute solo, As You Were, lançado no segundo semestre do ano passado. E se Tatola não poderá assistir no Lolla, pode tentar na Lolla Partie, que acontece no dia 21 de março, dias antes do festival, na Audio Club, em São Paulo. “A gente sabe que quem manda no Oasis é o irmão, o Noel, mas o Liam está aí”, comenta. Além das faixas do seu disco solo, o britânico cantará alguns sucessos do Oasis.

3. Kaleo. A Islândia não surpreende apenas no futebol. Na música, esse pequeno país consegue ser ainda mais poderoso. Se em outras edições, o Of Monsters and Men foi um grande achado dos realizadores do Lollapalooza, Kaleo é a bola da vez. É aquele típico artista que você pode não associar, mas certamente já ouviu alguma faixa. Suas canções apareceram em séries como Orange is the New Black, Blindspot, Suits, Vinyl, Grey’s Anatomy, Empire, The Leftovers, Supergirl, além do filme Logan.

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Ingressos
O Lollapalooza acontecerá entre os dias 23 e 25 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Entre as inúmeras atrações estão nomes como Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Imagine Dragons, Lana del Rey, Liam Gallagher, The National, The Neighbourhood, Royal Blood, The Killers, Wiz Khalifa e Chance the Rapper. Os ingressos seguem à venda no site. O valor por dia é R$ 800,00 (inteira). Vale lembrar que sábado está com os ingressos esgotados.

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