Se você gosta de ouvir folk com letras profundas, produção independente e um toque de melancolia, o EP A Escuridão Que Te Atormenta é a Mesma Que Me Condena é a pedida certa. Produzido, editado, executado e cantado pelo praiagrandense Pedro Elias, de 17 anos, o disco conta com seis faixas repletas de uma voz agradável, acordes suaves e muito sentimento.
Com seu primeiro trabalho recém-lançado, Pedro conta que fez o EP em condições amadoras, mas afirma que todo o esforço valeu a pena.
“Acho que foi a experiência mais maluca da minha vida. Foi bem estressante e divertido. Não imaginava que seria tão complicado gravar, eu gravei o meu EP no meu quarto, e o meu quarto é do tamanho de um pequeno corredor, então além de apertado, às vezes tinha algo que atrapalhava a gravação, como o barulho de uma construção de fora, ou o latido dos cães. Então, eu optei a gravar de madrugada. Acho que isso vai ser algo memorável para mim: aquela madrugada de outono/inverno bem gelada e eu todo agasalhado gravando as faixas de violão, de ukulele, de voz… Como eu disse, foi bem estressante por conta dos contratempos, ou porque quando terminava de gravar e fosse editar, enxergava que não estava na maneira que eu queria. Porém, quando terminou, deixou uma saudade danada”, conta.
Apesar da falta de estrutura e dificuldades técnicas, Pedro entrega um trabalho “redondinho”, mesmo com conhecimento básico em produção. Assim como no álbum Tranquility Base Hotel & Casino, do Arctic Monkeys, as músicas de A Escuridão Que Te Atormenta é a Mesma Que Me Condena também parecem todas conectadas umas nas outras, fazendo com que o EP seja uma experiência completa do início ao fim.
Outro ponto interessante do disco é o conceito. Com imagens em preto e branco, paisagens simplistas na fotografia e as, já citadas, letras profundas, Pedro explica que todo o EP foi pensado para expressar sentimentos do seu passado.
“O preto e branco vem do meu antigo eu. Era assim que meu mundo era, apenas preto e branco. Esse EP representa o que passei nos últimos anos, focando principalmente em 2015, o ano onde tudo começou. Para ser sincero, naquela época havia um vazio, me sentia perdido em relação ao futuro, como se o meu caminho estivesse coberto. Era tudo abstrato, isso me desanimava e me deixava com o pé atrás. Porém, com o tempo as coisas mudaram e começaram a ficar concretas e, principalmente, com as decisões que tomei. As coisas se tornaram muito melhores. Todas as letras são relacionadas a sentimentos passados meus, então é tudo bem sincero, nada é algo criado em minha cabeça. Escrevi tudo que aconteceu e vivenciei”, detalha.
Ainda desconhecido no cenário musical até mesmo na região, Pedro Elias não tem pressa para se tornar um grande nome, mas surge com potencial para tal. Inspirado em artistas como Christofer Drew, Gregory Alan Isakov, Fleet Foxes e Iron & Wine, o praiagrandense afirma ter planos de lançar um álbum, mas ele quer que seja tudo bem feito, por isso, vai se estruturar antes para não dar um passo maior que a perna.
“Em 2020 darei inicio a produção do álbum, o objetivo principal da minha vida. Ele terá uma pegada diferente, com mais instrumentos, vai ser indie rock e indie folk, mantendo os dois estilos em equilíbrio. Esse álbum vai ser feito com amigos talentosos, então eu estou muito ansioso. Mas para 2019, eu pretendo conseguir todos os instrumentos que vão ser utilizados pra gravação desse futuro álbum, além de produzir meus amigos que querem fazer parte da cena e provavelmente participar tocando algum instrumento da obra deles. A meta é sempre procurar me manter ativo” completa.
O EP A Escuridão Que Te Atormenta é a Mesma Que Me Condena está disponível no YouTube, no Soundcloud e no Bandcamp. A ideia é que futuramente também seja disponibilizado em outras plataformas.
