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Melhores discos do ano pelo Blog n’ Roll Play

Quem acompanha os lançamentos musicais ao longo do ano já sabe que sexta-feira é o grande dia. E toda semana, ao longo dos últimos 12 meses, fomos brindados com excelentes registros, das mais variadas vertentes. Óbvio que muita coisa ficou de fora, principalmente no que se refere aos artistas independentes, que vão ter uma edição para chamar de “sua” no próximo domingo.

O que chamou bastante a atenção em 2017 foi a quantidade de ingredientes presentes em alguns dos principais trabalhos. A briga dos irmãos Gallagher, a rivalidade de Katy Perry com Taylor Swift, o disco póstumo do Chuck Berry, as gratas revelações do Johnny Hooker e Rincon Sapiência, Kendrick Lamar e por aí vai.

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Um disco que não foi citado em nenhuma das listas abaixo, mas me marcou bastante, foi One More Light, do Linkin Park. Está longe de ser um trabalho de alto nível, mas resume bem como anda a intolerância das pessoas atualmente. Bastou os caras mudarem a sonoridade para uma enxurrada de críticas desabar sobre eles. Em festivais pela Europa, o público chegou a arremessar garrafas nos integrantes. Meses depois, Chester Bennington, vocalista da banda, se matou. O quanto isso pesou, nunca saberemos. Mas fica o alerta para os intolerantes de plantão.

BLUES – Chris Robinson Brotherhood – Barefoot in the Head
Se eleger Paulo Miklos como o responsável pelo disco do ano de MPB pode incomodar muita gente, imagina o que os puristas vão dizer quando souberem que Chris Robinson Brotherhood, banda do ex-integrante do Black Crowes, foi a mais interessante da temporada do blues? E olha que a concorrência estava pesada. Discos novos de Robert Cray, Sonny Landreth e Taj Mahal and Keb’ Mo’ estão na nossa lista, mas nada me deixou mais empolgado que Barefoot in the Head, que por sinal não chega a ser um trabalho 100% blues.

Sempre fui muito apaixonado pelo som do Black Crowes, mas confesso que não acompanhei a evolução dos seus integrantes após o término das atividades da banda. Quem me chamou a atenção para esse trabalho de Chris Robinson foi o amigo e colunista do Blog n’ Roll Nuno Mindelis, considerado um dos maiores blueseiros em atividade no Brasil. Behold the Seer e She Shares my Blanket são de longe as minhas prediletas do álbum. Mas pode escutar o disco inteiro sem medo. Dificilmente algo vai te desagradar.

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DINOSSAUROS – Deep Purple – Infinite
É muito difícil para um mero mortal, que nunca teve uma banda ou sonhou seguir carreira nessa área, entender a importância de avaliar um disco novo de um dinossauro da música. Deep Purple, que tocou em São Paulo na semana passada, em uma provável despedida dos palcos, mostrou que ainda é possível gravar discos de alto nível mesmo depois dos 70 anos. Para quem acompanha Ian Gillan e companhia há décadas, com certeza fica nostálgico, se emociona e canta junto depois de algumas audições.

Infinite, o último disco de estúdio desses senhores conseguiu essa proeza. Time for Bedlam, canção que abre o disco, parece uma trilha perfeita para ouvir na estrada, enquanto Get Me Outta Here traz Gillan soltando alguns dos seus gritinhos.

Na categoria Dinossauros do rock, 2017 ainda nos proporcionou a oportunidade de ouvir um disco de inéditas do Chuck Berry depois de décadas sem lançar nada novo. E o que trouxe ainda mais peso para o disco Chuck foi a sua morte, um pouco antes do lançamento. Roger Waters e Steve Hackett, ambos com shows agendados no Brasil para 2018, também chamaram a atenção com os seus últimos trabalhos. Confira abaixo.

ROCK – Liam Gallagher – As You Were
Ele estava quase no limbo. Por mais que os dois discos lançados com o Beady Eye, sua banda após a separação do Oasis, em 2009, tenham surtido um efeito positivo entre os fãs mais críticos, Liam não conseguiu nem chegar perto do sucesso que o irmão conquistou seguindo carreira solo. Sem paciência para continuar com o Beady Eye, o ex-vocalista do Oasis terminou a banda e tirou um período sabático.

Entre cutucadas e ofensas ao irmão, Noel, pelo Twitter, o músico também pediu inúmeras vezes pela volta da antiga banda. Em vão! As You Were, lançado em outubro, marca o renascimento do vocalista, um dos maiores do rock britânico nos últimos 30 anos. Foi o mais próximo possível do Oasis que um dos irmãos conseguiu chegar.

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Wall of Glass, o primeiro single, co-produzido com grandes hitmakers como Greg Kurstin, Andrew Wyatt, Andrew Sidney Fox e Michael Tighe, colocou Liam lá em cima. Bateu recordes de vendas e ainda emplacou uma penca de hits. For What It’s Worth, Chinatown e Greedy Soul são algumas das minhas prediletas. Felizmente, Liam Gallagher não foi o único roqueiro a lançar um grande disco no ano.

MPB – Paulo Miklos – A Gente Mora no Agora
Eleger o disco de um ex-Titãs como o melhor do ano no segmento de MPB pode incomodar muita gente, mas ele fez por merecer. A Gente Mora no Agora é o terceiro dele como artista solo, mas o primeiro sem qualquer influência aparente da antiga banda. Enquanto Liam agrada por soar como Oasis, Paulo Miklos faz o contrário. Não é, provavelmente, o mais técnico dos lançamentos de 2017. Nesse ponto, Hamilton de Holanda manteve o nível lá em cima e, quando ele faz isso, é quase impossível de ser alcançado por alguém.

A surpresa do ano foi o retorno dos Tribalistas, que também conta com um ex-Titãs na formação (Arnaldo Antunes), mas passa um pouco longe do que foi produzido por Miklos.

A temporada ainda teve duas grandes revelações que merecem atenção: Tim Bernardes, da banda O Terno, além de Johnny Hooker. Oriundo do rap, Criolo mostrou que sabe fazer bonito no samba e MPB também. Nenhuma novidade para os fãs, mas uma surpresa para quem não o acompanha tão de perto. Mas, voltando ao eleito do ano, Paulo Miklos consegue emocionar com facilidade na faixa Vou te Encontrar e mostra muito arrojo com A Lei desse Troço.

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RAP – Rincon Sapiência – Galanga Livre
Escolher Rincon Sapiência como o grande cara do rap em 2017 não foi tarefa fácil. Ainda mais que a lista abaixo está misturada entre nomes nacionais e estrangeiros. Kendrick Lamar é praticamente unanimidade em todas as listas de melhores do ano pelo mundo.

O norte-americano é praticamente um Real Madrid do rap. Mas, como bom gremista, aposto no nacional, que fez bonito demais na temporada. Com Galanga Livre, Rincon passou a ter seu nome citado por diversos artistas, virou presença constante em eventos culturais, tal como o Valongo Festival Internacional da Imagem, além do Lollapalooza, onde é um dos brasileiros escalados para 2018.

Para quem ainda não conhece o trabalho desse paulistano de 32 anos, Moça Namoradeira, com participação de Lia de Itamaraca, A Noite é Nossa, A Coisa Tá Preta e Meu Bloco são ótimos cartões de visita do cara. Todas essas faixas estão no disco Galanga Livre, o meu escolhido para disco do ano de rap. E a boa notícia é que o Rincon Sapiência não foi o único rapper brasileiro em destaque na nossa lista. Baco Exu do Blues e Djonga também agradaram demais. No gringo, Jay Z e Drake também mandaram bem.

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POP – Lorde – Melodrama
Mercado e fãs estavam muito preocupados com o duelo entre Taylor Swift e Katy Perry. Depois que as duas deram a entender que existia uma rivalidade por conta de um possível “roubo” de bailarinos da turnê uma da outra, não se falava mais nada no mundo pop. Beyoncè grávida e Rihanna de férias deixaram o caminho ainda mais livre para as duas. Katy decepcionou. Vendeu muito abaixo do esperado e emplacou hits não tão empolgantes como em outros tempos. Taylor Swift ainda conseguiu um cenário mais favorável. Vendeu mais, mostrou mais ousadia ainda (se pensarmos que era uma cantora country sem o menor sex appeal) e venceu o duelo contra a rival.

Mas nenhuma das duas conquistou o meu primeiro lugar. Esse posto ficou com a neozelandesa Lorde. O seu segundo disco de estúdio, Melodrama, a colocou em um patamar ainda maior. Vendeu mais que as duas citadas acima? Provavelmente não chegará nem perto, mas a escolha se baseia em qualidade. E nesse quesito ninguém superou Lorde. Pink e Ed Sheeran completam o pódio. Para quem ainda não ouviu Melodrama, sugiro as faixas Green Light, The Louvre e Liability.

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