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Milton Medusa: trajetória entre acordes

MÁRIO JORGE

Quem frequenta o circuito rock’n roll conhece o cara. Milton Medusa, guitarrista, professor e um obcecado pela música de qualidade. E aí, pode ser hard, metal, blues, MPB e erudito. De um safra de grandes instrumentistas – coisa que a região produz aos montes -, ele comemora dez anos do Medusa Trio. Aliás, com um CD saboroso na linha blues/rock, com pitadas de fusion/progressivo/MPB, além da participação de Willie de Oliveira (Tutti-Frutti e Rádio Táxi) em Ganhar e Perder, única música cantada no disco.

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Há também homenagens a outras feras do circuito, como Mozart Mello, Sergio Hinds, Robertinho do Recife, André Cristovam, Daril Parisi e Fernando Cardoso. Tocar é sua paixão, algo que cultiva desde os tempos de menino e que o levou a sua estreia oficial, aos 15 anos, com o Buquê de Espinhos. Foi o pontapé inicial para uma carreira que segue frenética, com shows, aulas e estudos.

Na última sexta-feira (26), Milton tocou com a Snake Band no Boteco Valongo, destilando o melhor do Whitesnake. A seguir, ele fala de sua trajetória, do cenário regional e do flerte que virou amor: a guitarra.

Milton, quanto tempo de guitarra?
33 anos. Comecei a tocar guitarra, no Natal de 1984, na véspera do primeiro Rock in Rio e toda aquela cena rockeira. Antes disso, iniciei no violão, em fevereiro de 1982, mas a intenção já era aprender a tocar guitarra, porém, não achei nenhum professor de guitarra naquela época.

O que te levou a tocar o instrumento e como foi a trajetória até tornar-se profissional?
Bem, em casa se ouvia muita música o dia todo, no rádio e em discos, e este ambiente favoreceu o meu interesse em guitarra. Isso foi na minha infância e com 5 anos já manifestava o desejo de tocar o instrumento até ficar muito ligado nos programas musicais da televisão, como o Globo de Ouro, e as bandas do início da década de 1980. Esta situação me levou a aprender primeiro a tocar violão, para depois iniciar na guitarra, como citei anteriormente. Com 13 anos já estava formando os primeiros embriões de bandas e com 15, fiz minha estreia oficial, num show ao ar livre, em São Vicente, com o Buquê de Espinhos. Continuei a estudar guitarra e formando bandas, até que decidi ficar somente tocando e me profissionalizar. Daí fui ter aulas em São Paulo, me aproximei do universo que vislumbrava, e comecei, também, a dar aulas de guitarra no final de 1991. Depois segui por anos com a banda Oryon, além de tocar com bandas cover, de baile e a acompanhar artistas locais.

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Hoje, você toca em alguma banda?
Toco com a minha própria banda, Medusa Trio, há mais de 10 anos e estamos lançando um cd comemorativo neste momento. É um trabalho instrumental que somo influências de Rock, Blues, Progressivo, Fusion e MPB, além de acompanharmos vários artistas neste tempo todo. Sigam nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube para acompanharem as novidades. Espero que todos possam conhecer o nosso trabalho!

Dá pra sobreviver só tocando na noite ou você tem outra atividade?
Como todo profissional liberal, você precisa diversificar as atividades e trabalhar muito para ter uma boa renda média. Eu priorizei desde o início dar aulas ao invés de tocar tanto na noite, mesmo fazendo eventos com violão e voz ou com bandas. Somando tudo isso, dá para viver com dignidade sim.

Qual é o estilo que você prefere? Rock (hard ou metal), blues, jazz…?
Rock’n Roll desde sempre! Amo Rock’n roll em geral, Hard Rock, Heavy Metal, Progressivo, além de ter paixão por Blues e Instrumental, também. Não sou radical e gosto de boa música, independentemente de seu estilo. O Erudito é um estilo que até hoje não pesquisei tanto como deveria, pois gosto muito, também.

Como está o cenário para os músicos em na região?
Existem bons espaços para quem trabalha profissionalmente, mas há uma carência grande para quem desenvolve trabalho autoral, de forma geral. O espaço para divulgação que o Blog’n Roll oferece nos ajuda muito neste sentido. As casas noturnas quase não abrem espaço para esta finalidade e penso que os músicos devem se unir mais para conseguir realizar seus objetivos, assim como fazemos no grupo de compositores “Santo de Casa”.

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O CD com os dez anos do Medusa Trio tem participações especiais, como o Willie (Tutti-Frutti e Rádio Táxi) cantando. E os demais que você agradece no disco?
Bem, o Willie foi uma escolha natural, pois o acompanhamos há muito tempo e ter esta música (Ganhar e Perder) cantada por ele, foi uma forma de homenagear todos os cantores que acompanhamos. Daril Parisi fez os backing Vocals, mas é mais conhecido por ter sido o guitarrista do Platina. O Fernando Cardoso é um excepcional tecladista que é nosso parceiro e colaborou muito para o CD. Ele é integrante do Violeta de Outono e Som Nosso de Cada Dia. Quanto aos guitarristas, compus 6 Cordas e Muitas Alegrias como uma forma de celebrar a parceira e o apoio destes que são meus ídolos e ícones do instrumento: André Christovam, Mozart Mello, Robertinho de Recife e Sérgio Hinds. Para cada um destes, compus um trecho de acordo com seus estilos, e ao final, todos solam juntos. O resultado ficou surpreendente!

Você também dá aulas. Como entrar em contato com você?
Sim, dou aulas de guitarra e violão há 26 anos, em Santos e em São Paulo, no IG&T. Você pode conhecer meu trabalho, também, nas páginas do Instagram, Facebook e YouTube, e entrar em contato por lá, preferencialmente.

Uma dica para quem está começando…
Tenha sempre em mente o que te levou a tocar um instrumento, o que lhe fez se apaixonar, e mantenha isso fresco na sua mente, pois a estrada musical não é nada fácil e você precisará sempre desta motivação. Toque sempre com o coração!

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