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Nova Banda Tom Jobim, o mais próximo do maestro

Quando a Nova Banda Tom Jobim subir ao palco do Teatro do Sesc, nesta quinta-feira, às 21 horas, na abertura da quinta edição do Santos Jazz Festival, o público não estará diante de um cover, um tributo com desconhecidos ou mesmo uma homenagem sem sal.

O grupo liderado pelo filho (Paulo) e neto (Daniel) de Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim é o que existe de mais próximo e genuíno do maestro, que faleceu em 1994. Paulo e Daniel conviveram muitos anos com ele e emocionam os fãs. A expectativa para a apresentação em Santos é tão grande que os ingressos se esgotaram no último domingo.

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“Para mim é bem natural. Cresci escutando, ia nos ensaios. Tocamos as canções da forma que aprendemos, sem forçar nada. O tom é o mesmo, a voz tem a mesma extensão, mantemos os arranjos. Mantemos a essência de como surgiram as canções. Todos podem gravar e mudar, mas optamos por manter da forma como foram gravadas”, comenta Daniel Jobim,em entrevista por telefone. Ele afirma ter boa receptividade do público.

Filho de Paulo, Daniel, de 43 anos, ainda não sabe se a próxima geração da família Jobim dará sequência ao projeto. Segundo o pianista e vocalista, seu filho, Teodoro, de 11 anos, ainda não está focado na música. “Ele tem a voz bonita, canta bem, mas por enquanto pensa mais em computadores mesmo. É muito novo”.

Daniel afirma que a sua ida para a música foi natural. Depois acabou recebendo um certo direcionamento do avó e do pai. “Com 10 ou 11 anos, já estava tirando as canções no teclado. Meu pai viu e já me colocou para fazer aulas de piano. Aprendi todas as músicas do meu avô. Tinha uma época que eu só tocava músicas dele. Quando ele viu isso, me pediu para tocar outros compositores”, disse, aos risos.

O carinho pelo avô fez com que Daniel aparecesse em quase todos os shows do maestro. Era presença constante nos ensaios também. “Quando não aparecia no ensaio, como em um para um concerto de Réveillon, ele me ligava para cobrar. Não era uma pressão, mas ele gostava”.

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A ligação com o avô cresceu muito nos últimos anos de vida do maestro. O ápice foi com a gravação do último trabalho de estúdio de Tom Jobim, Antônio Brasileiro, lançado em 1994, que teve a produção de Daniel e do pai.

Para o neto do maestro, a popularidade internacional de Tom Jobim ainda o surpreende, apesar de reconhecer os motivos para tanta grandeza. “Além de fazer parte da árvore genealógica do jazz, fizeram uma pesquisa para descobrir qual era o maior compositor gravado por músicos de jazz e deu Tom Jobim. Foi uma loucura. Pensa? Não foi o Thelonious Monk, foi o Tom Jobim”.

E o reconhecimento da obra de Tom Jobim é nítido nas apresentações do projeto de Daniel e Paulo pelo exterior. “Quando tocamos na Europa, Japão, Estados Unidos, o público comparece, se emociona e canta junto. E não é um público formado por brasileiros que moram fora, são locais mesmo. Na Áustria, por exemplo, tinham muitos austríacos na casa de shows”.

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De olho nas comemorações dos 90 anos de Tom Jobim, que nasceu em 25 de janeiro de 1927, Daniel afirma desconhecer grandes projetos programados para a data. Mas afirma que shows especiais e algumas canções inéditas devem ser reveladas, pegando carona na data.

Quanto ao repertório que será apresentado em Santos, Daniel afirma que é quase 100% focado na obra do avô. Tem espaço para uma canção do pai, mas Tom Jobim é o destaque. “Cantamos uma canção do meu pai no show, mas a apresentação é a mesma que os fãs assistiram do meu avô. Vamos pegar um pouco de cada fase da obra dele. É um repertório bem especial”.

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