CAIQUE STIVA
Foto: Camila Cara/MRossi
Ao apagar das luzes do palco Skol, pouco antes da atração principal do primeiro dia do Lollapalooza, a atmosfera já me fazia sentir algo diferente de tudo que estava acostumado. Expectativa e ansiedade eram o que as milhares de pessoas presentes no festival demonstravam nos minutos que antecediam às 21 horas do sábado (25). Para mim, um fã de diversos estilos musicais – mas que nunca havia escutado um rock mais pesado ao vivo, a sensação era de curiosidade para ver o que o Metallica poderia proporcionar na minha noite.
Devo admitir que a minha ideia inicial era assistir o show da dupla de DJ’s The Chainsmokers. No entanto, fui convencido pelo argumento de que Metallica é uma banda tradicionalíssima, e que, no futuro, teria uma bela história para contar. Agradeço desde já a todos que me convenceram a assistir o show da banda californiana, pois tenho certeza que, por melhor que tenha sido a apresentação do Chainsmokers, não teria aprendido tanto sobre música e sobre grandeza se eu não tivesse sido introduzido ao metal.
Antes do início da performance, algo já me chamou atenção: as diferentes gerações presentes. Nos outros shows que assisti no dia, a maioria esmagadora do público era de jovens de aproximadamente 20 anos. Na plateia do Metallica, era possível observar crianças, jovens, adultos e até os mais velhinhos. No começo não entendia a razão de toda essa paixão – que transcende gerações – por uma banda, porém, quando saí de lá, tudo fez sentido.
Vamos ao show…
Conhecia apenas quatro músicas da banda, portanto, a falta de familiaridade com as letras foi minha única barreira durante a exibição. Contudo, a vibração e a energia em que os fãs pulsavam quebrou qualquer gelo que poderia ter.
O som pesado – produto de uma união perfeita entre as guitarras, bateria e vocal – fazia o que antes considerava “gritaria” se tornar uma melodia incrível, capaz de agitar qualquer pessoa.
Com The Unforgiven, Master of Puppets, Nothing Else Matters e Enter Sandman, as quatro músicas que conhecia a ponto de cantar, cheguei ao meu ápice de entusiasmo dentro do show. Pulei, gritei e me emocionei.
Mas não foi nada disso que me tornou fã de Metallica. O que me fez falar “QUE BANDÃO” foi o carinho dos integrantes. James Hetfield e companhia fizeram o que muitas bandas não fazem mais hoje em dia: foram humildes, mesmo com toda a história e todo o status que carregam. Durante todo o show, a interação com os fãs foi absurda. Os gritos de “São Paulo, are you alive?” ecoaram por diversas vezes em Interlagos e, isso sim, me fez admirar Metallica de forma instantânea.
Depois do show, os quatro ainda permaneceram no palco como se fosse a última performance da vida de cada um. Um verdadeiro espetáculo de música, e de amor aos que sempre os apoiam. Foi assim que Metallica me conquistou, e ganhou mais um fã.