WLADIMYR CRUZ
Foto: Cristiano Martins
“Levantar âncora, deixar para trás”. O refrão de Semper Adversus, primeira faixa do álbum de estreia da Armada, diz exatamente a que veio a banda formada por 4/5 do finado Blind Pigs, um dos principais grupos punk da história da música brasileira. Seguindo em frente, expandindo horizontes e enfrentando mares bravios – como gostam de dizer, o conjunto formado por Henrike Baliú, Mauro Tracco, Arnaldo Rogano, Alexandre Galindo e Ricardo Galano apresenta Bandeira Negra, disco que é a continuação lógica do trabalho desenvolvido pelos músicos em uma carreira que segue a pleno vapor.
Com arte primorosa do colaborador de anos Paulo Rocker, o grupo não economiza e já chega com um disco de 17 faixas, lançado nesta sexta-feira (2) pela gravadora Hearts Bleed Blue (HBB) em CD, LP e K7, que segue o bom gosto estético e o primor em qualidade pelo qual seus integrantes sempre prezaram.
Produzido e mixado por Átila Ardanuy, Bandeira Negra foi masterizado por Ade Emsley, responsável pelos últimos trabalhos do Iron Maiden, e a versão do álbum em LP será lançada também nos Estados Unidos pela Pirates Press Records.
De seu passado recente, a banda carrega ainda a experiência, boas melodias, muito da crueza e energia do punk, e as analogias entre cotidiano e a vida no mar. De novidade, passeios pela música de raiz brasileira e americana, e uma porção de novos colaboradores, desde o guitarrista e compositor Ricardo Galano – agora membro fixo da tripulação, até as participações especiais de nomes de peso como Sérgio Reis e Kiko Zambianchi – ambas justificáveis e plenamente bem inseridas no contexto da obra.