Foto: Rahi Rezvani / Divulgação
A banda inglesa Editors acaba de lançar seu sexto álbum de estúdio. Violence traz uma nova cara para o grupo, apresentando uma sonoridade diferente da consolidada pelo quinteto e uma expansão no campo lírico e temático nas canções. O disco está disponível nas plataformas de música digital brasileiras via Play It Again Sam (PIAS).
Fruto dos tempos atuais, o novo trabalho debate a cultura consumista, os grandes detentores do poder, o enxame interminável de manchetes sombrias surgindo como notificações indutoras de ansiedade. Quando o Editors começou a escrever Violence no final do verão do hemisfério norte de 2016, eles não pretendiam refletir os tempos difíceis de hoje ou ser um antídoto direto para os eventos atuais.
Porém, ao contrário do que o nome sugere, o disco não parte para um enfrentamento direto. Ele questiona, busca a reflexão, mas também atua como um abrigo, uma capa protetora contra a brutalidade, muitas vezes implacável, do mundo exterior.
“Muitas músicas estão em uma sala. E fora dessa sala existem coisas assustadoras, preocupações da modernidade – o mundo em que vivemos, essencialmente. Mas nesta sala, há uma conexão entre pessoas. Se é uma relação direta ou se é amizade, há uma fuga. Essa conexão é importante por causa do medo do que está acontecendo lá fora”, conta Tom Smith, vocalista da banda.
Essa mudança estilística já se mostrava nos primeiros singles revelados. A primeira faixa, Magazine, é uma música pop que ataca fortemente as ações vazias e a postura dos que estão no poder. Construído em torno de um coro entusiasmado, teclas crescentes e acordes industriais, a canção é um chamado às armas.
”Magazine é um dedo apontado voltado para aqueles que estão no poder, algum político corrupto ou empresário… um personagem assim, e uma provocação irônica à postura vazia de jogar para as massas daqueles que têm sede de poder”, continua Tom.
Já Hallelujah (So Low) foi inspirada na contemporânea crise imigratória que atinge a Europa. “Eu escrevi a letra dessa música quando voltei de uma viagem com a Oxfam, visitando um campos de refugiados no norte da Grécia. Era obviamente uma viagem incrivelmente tocante, ver pessoas vivendo com muito pouco, sobrevivendo apenas com a ajuda de outros era muito emocionante”, conta Smith.
Com uma ambição brutal e uma postura suave, Violence segue o aclamado top 5 In Dream, de 2015. O disco foi produzido por Leo Abrahams (Wild Beasts, Florence & The Machine, Frightened Rabbit) e pela própria banda, com produção adicional de Benjamin John Power (Blanck Mass, Fuck Buttons) e mixado por Cenzo Townshend, exceto Hallelujah (So Low), mixada por Alan Moulder.
O álbum chega ao Brasil digitalmente via PIAS, selo belga responsável pelos lançamentos de artistas cultuados como Pixies, Erasure, Joan as Police Woman e Jonathan Wilson.